Aqui neste lugar onde as temperaturas estão a negativo, tudo continua a fazer sentido... e duvido que alguma vez deixem de o fazer... A língua ainda me é desconhecida (não totalmente uma vez que o curso intensivo ensina mais numa única semana do que dois anos de Alemão em Portugal!), as pessoas continuam a ser simpáticas e educadas e hoje, neva desde que saí de casa às 7h.30...
Durante a manhã ainda houve tempo para acompanhar a felicidade daqueles que nunca tinham visto neve em toda a vida... Eram só umas pequenas "caspinhas" dela, mas a cara de felicidade e o brilho da infância em corpo de adultos, valeu bem a pena as fotos tiradas para a posterioridade.
É que aqui, somos gente. Somos pessoas e somos tratadas como tal. Não somos emigrantes, não somos brancos nem latinos, passamos por turcos de vez em quando mas sem o lenço na cabeça e falamos uma língua que causa surpresa e curiosidade aos demais. É por isso normal ir no metro pela manhã e ter sempre alguém que me devolve um sorriso ou um "hallo"... por tudo e por nada.
Nos corredores da escola, um edifício que parece ter saído de um filme dos anos 50 (parece um manicómio dos antigos), numa construção à moda da segunda guerra mundial, ecoa um som que não tem preço... a mistura das diferentes línguas vindas de todo o mundo, misturadas com o som dos instrumentos musicais que por lá ensinam também... todos são simpáticos e isso contagia... ainda hoje paguei um café a uma polaca porque me apeteceu. Estar aqui, trás o que temos de melhor, ao de cima...
Portanto, não me imagino a voltar a casa para viver... talvez para passar férias... talvez nessas ocasiões eu perdoe o meu país por tudo o que não fez nem faz por nós, jovens. Mas enquanto isso não acontece... estarei por aqui mesmo... e estarei muito bem!
