Estas palavras são mudas. Ninguém as sabe para além de mim. Ninguém as ouve porque não as conto. São escritas por mim, a ninguém. São extractos de conversas sem existência real, contadas por ti como se fossem vividas por qualquer um de nós.
Tu contas, eu ouço e não as conto. Pedes-me segredo sobre algo que nem existe e eu encho mais um pouco. Perco-me na dúvida de guardar segredo da própria mentira, ou na possibilidade da sua revelação.... E é isto que me dás em troca de um café. Uma mentira que me faz questionar a veracidade de outros cafés... uns fracos, outros fortes... qual deles foi o tal? O que se entornou numa mesa, manchando a confiança?
E eu continuo a ir ao mesmo sítio de sempre... arrastada pela ressaca da cafeína, na esperança que tudo não passe de um sonho mau. "Eu vou acordar"... "Agora?"... "talvez... AGORA?"...
Nada mais me segura aqui. Tudo morre naquele café quando me matas aos bocadinhos... nada sobra... resta saber a quem vais contar a tua mentira agora?
Sem comentários:
Enviar um comentário