sábado, 22 de maio de 2010

Sábado.

Hoje é sábado aqui no café. Mesas cheias de famílias que apesar do calor que se faz sentir lá fora, nenhum plano lhes ocorreu, melhor do que este. Hoje é sábado, mas as famílias que aqui estão são monoparentais e para além do calor, na rifa dos papás solitários, saiu-lhes o dia em que os filhos estão por casa deles e não da mãe.
E o que em tempos foi uma família feliz, que rasgava sorrisos nas fotografias, deu lugar a um ou dois fins-de-semana com os filhos, envergando fatos de trabalho bastante enxovalhados, impróprios para o dia que é e muito mais para uma ida ao parque ou praia. À parte de todos estes pormenores, estão os filhos, que entre um sumo e um gelado, apenas sabem que hoje é o dia em que podem abusar. É dia do pai e também da pizza e gulodices que normalmente a mãe proíbe. E eles crescem... melhor ou pior, sempre crescem... muitas dores de cabeça ainda estão para vir para os pais... no dia em que os interesses sejam bem maiores do que comer doces à fartazana... pior será se um dos pais (pelo menos), casar e tiver mais filhos... Virão as chantagens, as discussões, as lutas, o mudar de casa da mãe para o pai e deste para a mãe, as exigências e os pais numa eterna luta de quem dá mais e melhor...
Mas entretanto estão aqui. As fotos de sorrisos rasgados foram rasgadas num acesso de raiva e substituídas por outras, o fato de trabalho demasiado formal e quente para um dia como hoje, cria uma barreira invisível entre os dois, fazem-se resumos da semana tentando esquecer que contar não é a mesma coisa que estar presente e olham para o relógio de cinco em cinco minutos... é... é sábado e está na altura de devolver a cria à mãe.

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