Jantares de família. Prenúncio que algo vai ser mau. Nem que sejam cinco minutos, uma palavra dita sem pensar. Antigamente, costumava pensar que não gostava da hipocrisia que sentava na mesma mesa, ódios e odiados. Hoje, apenas desejava que tudo voltasse a ser como sempre foi. As mesmas conversas de circunstância, as mesmas perguntas feitas vezes sem conta e respondidas mais umas quantas. Calo-me. Limito-me a ouvir e sem querer, deixo que em mim algo comece a ferver... Não me controlo. Eu vou explodir! Eu vou explodir!
Cedo em mim, veio uma onda de calma. A razão da minha ira não estava sentada na mesma mesa. E quem lá estava, apenas me contava a verdade das mentiras que lhe foram contadas.
Como eu odeio que falem de coisas que não sabem. De pessoas que já não estão cá para repor a verdade. De pessoas que foram importantes na minha vida e que neste momento de raiva, me fazem pensar que não eram elas que deviam ter partido. A diferença de quem vive enganado pelas mentiras e da minha pessoa, é que eu sei a verdade. Eu sei que o que está a ser dito é mentira e acima de tudo, sei quem as contou! Sei que o fez por pura inveja. De menos um beijo tido, um abraço, um ódio de solidariedade que só o fez crescer vazio de sentimentos... Naquele ser, apenas a maldade impera... Problema dele, certo? ERRADO! Problema de quem por causa dessas falsidades, actuou de uma maneira totalmente diferente e injusta para com quem já não está neste mundo. Com aqueles que nunca souberam praticar o mal... pelo contrário.
No fim deste jantar, o meu pensamento está com quem merece. Com os meus avós... E a única coisa que posso dizer, é que lamento! Lamento que tenham conhecido alguém que apesar dos seus quarentas, não sabe nada da vida...
Sem comentários:
Enviar um comentário