Fui feita do mesmo barro de todos... diferentes impressões digitais e formas abstractas que fui moldando com o passar dos anos... não sou perfeita e nem tenciono ser... Se ser imperfeita já é complicado, não quero imaginar como seria a pressão se fosse perfeita... sou então, humana. Como todos os que me rodeiam... uns mais, outros menos, mas todos do mesmo barro, moldado por mãos diferentes. Sou a sensibilidade num corpo cheio de gestos brutos, defendo-me do mundo forçando-me a ser forte. Nem sempre consigo. Muito menos com aqueles que amo, mas foram eles que me tornaram assim. Alguém que não pode ser como gostaria de ser, alguém que se fosse dessa forma, passaria a vida a levar rasteiras de tudo e mais alguma coisa e irrita-me profundamente, ao ponto de me magoar, que os outros não me dêem pelo menos exactamente o mesmo que lhes dou.... não por não poderem, mas por puro egocentrismo.
Todos querem salvar a sua própria pele... mesmo que não haja uma ameaça real e eu que tenho amor a mais para dar, tenho de fingir que odeio meio mundo só para não ser magoada.
Pensei que valia muito mais na vida dos que me rodeiam... só pelo simples facto de eles representarem tudo para mim... esqueci-me entretanto que contos de fadas são como as fadas... fictícias... irreais... ilusórias e imaginárias... são histórias que nos contam em pequenos só e apenas para não perdermos a esperança da vida logo em miúdos...
Hoje venho para casa com uma enorme vontade de fugir. Enquanto isso, os outros esquecem as discussões, as conversas e entregam-se a coisas triviais... não quero ser como eles... quero sair do casulo e ser eu sem perder mais um único minuto que seja... Hoje morro um pouco mais... Hoje questionei... amanhã terei a certeza.
1 comentário:
Obrigada... irei certamente!
Bj
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