Sei que é em noites assim, que saio de casa sem destino definido, que vou encontrar o mundo real. Sei que é assim que as coisas todas a que fujo no dia-a-dia me vão encontrar, algures numa rua mais movimentada. Sei que não interessam as inúmeras bebidas que passam na garganta, não são elas que me vão fazer abstrair do regresso ao passado ou muito menos fazer-me esquecer do que não quero lembrar. A realidade está em cada esquina que passo, para me fazer lembrar que o mundo é sujo, é podre e a sociedade cada vez mais, me enoja.
Valem-me as pessoas, as outras. A rara minoria que não mostra as suas iras assim por dá cá aquela palha. Os que deixam os problemas em casa e aproveitam cada segundo para rir de tudo... inclusive de si mesmos. Eles não sabem, mas são eles que realmente importam... Os que se preocupam sem se preocuparem, os que escutam mesmo estando longe, os que riem mesmo sem saber porquê e os que olham sem saber o que isso significa ou que alguém lhes devolve o olhar.
E eu bebi... tentei procurar aquele estado que me levava para longe da triste realidade... de sentimentos bons e maus que ainda existem sem existirem, os que estão ali sem alguma vez terem sido declarados. Resultou na primeira hora... depois disso foi a recordação de tudo, num corpo que mal se equilibrava... eu sempre disse que mesmo ébria, nunca desligava totalmente da realidade... e o resultado foi este... todos dormem, menos eu.
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