Desligo o cérebro a conversas banais. A egoísmos, a conversas sem nexo que depressa se tornam em discussões sem saber muito bem como ou porquê. Concentro os meus esforços em ouvir quem fala do que sabe, sem medo de expor os seus receios e medos, inseguranças e sentimentos. Está bem longe de mim, num país de sonho para mim, de pesadelo para ele. Fala como ele mesmo sabe... do que vive ou como se sobrevive e será sem dúvida alguma, a única pessoa que conheço, que tem moral para falar das desgraças que o rodeiam... Conta-me a outra versão da história... aquela que ninguém conta, os segredos obscuros de quem perigosamente manda mais do que todos nós juntos... As consequências dos actos passados, da fraqueza de espírito, do sermos escravos do mundo actual, vivendo uma liberdade muito condicionada e insegura.
As horas passam, o meu receio aumenta... por ele e pelos que lá estão perto... Aumenta o medo de os ter lá, expostos a algo que não pediram para ter e mesmo assim a terem que continuar com as suas vidas mesmo sabendo que de um momento para o outro podem não regressar a casa para mais uma noite de sono.
Admiro a sua história... a sua cultura, os seus pensamentos e para mim tudo se torna música para os meus ouvidos... cresce mais o desejo de antecipar a minha viagem... mudança de planos, é lá que vou a seguir.
E enquanto penso mais nisso, surgem vozes ao fundo que exigem a minha atenção... para conversas do nada, para infantilidades e assuntos desinteressantes de quem "partiu uma unha" e entrou em depressão!
Mas estarão a falar a sério???? Querem mesmo ser assim tão incultos? Tão insensíveis e tão dramáticos? Ignoro! Eu avisei, berrei, esperneei, e voltei a avisar mas tudo tem o seu limite e eu cansei-me de esticar o meu. Agora, não há tempo para avisos, apenas constatações... a mudança do que era (ou talvez nunca o tenha sido realmente), mas que não volta a ser. Para esses, vou-me! Desta vez para sempre! Vou-me daqui para ali, para quem precisa realmente de mim.
Sem comentários:
Enviar um comentário