Venho no mesmo metro de sempre. Cheio, independentemente da hora, caras desconhecidamente familiares. Estou cansada demais para olhar com olhos de ver, foi dia de trabalho, foram horas gastas a olhar para uma tela de letras minúsculas... foram minutos a rir e outros a chorar de tanto rir.
É Carnaval mas todos me olham com cara de maus, como se eu fosse algum tipo de extraterrestre pronto a atacar... sabem lá eles o quanto perto estão da realidade... aqui, no metro, nas ruas da cidade que me viu nascer, neste país à beira mar plantado que eu devia adorar num qualquer acto patriota, aqui, sinto-me uma extraterrestre. E onde outrora fui feliz, inocente de toda esta antipatia do povo, escondida atrás de caras falsamente amigáveis, já nada resta... Nessa altura era Carnaval todo o santo dia... todos vestiam uma máscara que nada mais era que uma mera ilusão mas tornava tudo e todos menos feios, menos maus, menos negativos... Hoje é Carnaval mas todos levam a mal...
Já não existem réis e princesas, polícias ou bombeiros, fadas ou bruxas... Hoje há o guna, o ladrão, o corrupto, o engatatão, o falso, a escumalha... Hoje há a realidade pura e dura onde dantes havia serpentinas e confetis... interesses egocêntricos onde havia partilha e boa disposição... e eu aqui... a odiar ainda mais ser confundida com mais uma, a desejar a tão ansiada "soma" que me vai levar daqui para fora... Mas enquanto ela não se atinge, sou obrigada a assistir a este desfile de palhaços que fingem ser o que nunca serão.
E não! Não é da crise! É de cada um de nós! Somos nós, são eles, são os outros.
E eu devia saber, que mais tarde ou mais cedo, todas as máscaras caem...
1 comentário:
...BÔA!...kom K, igual àkéla ke todos usam...e se fôsse planetàrio?! Hein?
sô pros ven tos
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