Ouço ao longe o tic-tac do relógio rosa. As horas não passam. Intermináveis minutos que nunca mais fazem os 60. Quero e preciso do dia da nossa viagem. Da tua, da minha, da nossa. Tu pelo cansaço, eu pelo mesmo e por todos os motivos da vida. Pelo cansaço, pelas férias, pelo afastamento e proximidade, pelos pensamentos que exigem fazer sentido na minha cabeça, pelo amor e falta dele, pelas discussões e reencontros.
Mais do que umas férias, é um fugir daqui. É uma forma de respirar o doce ar do afastamento.
Mais que uma necessidade de descanso, esta é uma luta incansável pela vida.
No fundo, o mesmo tic-tac que apenas lentamente nos aproxima da data. E no entretanto, a mesma rotina... velhos fantasmas que voltaram para me assombrar os dias de estranheza... Tudo aqui, não pára de me desiludir e eu, já nem me atrevo a dizer o que quer que seja... é inútil o esforço, a saliva, a preocupação que rói por dentro, a raiva da revolta ou a revolta da raiva.
Vamos partir, a dúvida é: Será que vamos querer voltar?
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