Há dias em que acordo assim. O sol não raia lá fora e a falta de melanina toma conta de mim mesma. Há dias como o de hoje, em que andar parece ser uma tarefa bem mais difícil do que nos outros dias. Em que o barulho dos demais, tão comuns na minha ida e volta, gritam mais no seu silêncio do que meio mundo a berrar em uníssono. Há momentos assim, em que tudo gira baseado num objectivo tão simples como uma chávena de café logo pela manhã e para meu azar, a máquina avaria a meio. E a manhã arrasta-se. Lenta e pesarosa. Do outro lado da linha estão os que madrugam cedo demais com um único propósito: chatear o próximo. E eu que os ature que sou (mal) paga para isso. Ouço-os sem ouvir porque não posso responder. E sonho... com uma chávena de café forte. O cheiro invisível entra-me pelas narinas e desperta-me a mente. A pilha do relógio parou e a hora do intervalo tarda em chegar. Não, não é o "modo sexta-feira" como carinhosamente chamo à minha falta de paciência, é o "modo férias" que está ao virar da esquina mas que parece não chegar.
Há dias assim. Em que saio do trabalho e não falo mais. Para poupar a voz cansada, para me poupar a mim mesma e em que todo e qualquer ruído me enerva mais do que tudo. Restas-me tu. Quem nunca é demais em mim mas nem sempre está por perto quando estou assim. E é verdade... há dias assim... em que nem eu me aturo a mim ou ao que sinto.
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