São reflexos de ti num quadro mal pintado, de um falso artista de rua. Traços que até encaixam mas mais por necessidade do que por arte. Crenças impostas num retrato, como remédio santo para o sofrimento, que na realidade nos atiram para a depressão.
Vem pintor. E pinta isto. Um quadro abstracto com pinceladas de abismo e cor de dor. Pinta-nos reais e não imaginários. Faz-nos iguais a nós mesmos e não tentes embelezar. Só retiras a beleza que não temos mas da qual gostamos. Assim. Nua. Crua. Preto e branco. Cores da terra, quentes como o sangue que costumava correr em nós.
Contemplo o quadro final. Não somos nós. Não és tu. Nem muito menos eu. É uma réplica barata de uma realidade que não é a nossa. Isenta de vida, de ar e movimento.
Resta saber o porquê?... Se é o pintor que não presta, ou se somos nós que desejamos pintar uma realidade melhor do que a real.
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