domingo, 17 de junho de 2012

Moving.

Nunca gostei de coisas imutáveis. Algo que dura e se mantém sempre da mesma forma, no mesmo sítio.. igual a si mesmo. Não! Nunca gostei da falta de movimento. Da ausência de gestos, de palavras, ou da repetição dos momentos.
Agora que estou longe de tudo, ainda menos. Não posso parar. Não quero. Preciso do movimento, do ar que corre entre mim e o espaço que me rodeia... e mesmo estando parada no meio de uma qualquer rua aqui, estou em constante deslocação. Desperta por um qualquer impulso, estímulo, em forma de cheiros, sabores, pensamentos e emoções... 
Talvez por isso não me imagine a voltar. Não são os motivos comuns aos restantes mortais, que me levam a preferir ficar aqui. Não é o "fugir" da crise, uma qualquer situação mal resolvida ou o não gostar do sítio que me viu nascer... é a falta de actividade. O olhar para trás e ver os que lá ficaram, parados no tempo, movidos apenas por uma leve esperança quebradiça, parados num tempo que não pára e a viver ao sabor da maré, como se viver fosse uma missão dolorosa que em breve terá um fim.
Não. Não gosto disso. A bem dizer, cada vez gosto menos deles. Dos que se traem a si mesmos cometendo sempre os mesmos erros, dos que se esquecem deles mesmos em prol de algo que nunca foi, dos que me dizem uma coisa e fazem outra contrária. Dos que ficam parados só pelo medo da adrenalina que surge na mudança. 
Não. Voltar não faz parte de mim e já nem é um sinónimo de movimento. Férias? Talvez. Mas pouco tempo de cada vez. Porque estar lá, relembra-me o porquê de ter vindo embora. Porque olhar para eles, me entristece e revolta.

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