quinta-feira, 5 de julho de 2012

Full moon

Vai alta a Lua. Desde ontem que ela nos sorri. Igual em dois sítios diferentes. Elo de ligação comum. A realidade é diferente. Presa neste quarto, sentada numa janela que não quero estar, vejo a realidade escura de uma noite que clareia cada vez mais. O casal do primeiro andar da frente que em raros momentos de prazer, decide entregar-se em corpo alheio para passado 5 minutos actuar como se nada tivesse acontecido. O velhote do segundo andar que fuma na janela a cada 10 minutos. O do terceiro que vê televisão às escuras durante a noite toda e os viciados em jogo, que percorrem os casinos ilegais, mascarados de bares de desporto. E eu penso em ti. Na vontade que tenho de te mostrar uma realidade bem diferente desta. No desejo que tenho de estar perto o suficiente para te ouvir a rir sem ter uma tela a separar.
Procuro em todos os prédios da rua mas em vão. Sei que não te vou encontrar. Não hoje. Nem amanhã. Continua a depender de mim. Eu sei. Mas às vezes sabia bem se por momentos a imaginação fosse real. Saudades tuas. Saudades nossas. Saudades do que não somos. Saudades de quem podemos ser. Saudade.

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