domingo, 27 de janeiro de 2013

27 Janeiro

Voltando atrás no tempo, em memórias ofuscadas pelo peso dos anos, não fomos nada. 
Os quartos nas casas dos amigos, ficaram vazios com a ausência deles e apenas os objectos e a tinta na parede, sabem as histórias dos que lá passaram. Tudo envelheceu como nós. Tudo ficou velho e usado. Imóveis. Inertes em corpos de outros, não tão significantes entre si. Apenas meras presenças ocasionais para cumprir a missão da família... seja lá o que isso for.
Dissemos muito. Prometemos demais e inevitavelmente, rompemos as promessas. Os sonhos não mudaram. Só os personagens são outros. O trama é o mesmo mas os actores passaram a secundários. Há culpa? E de quem? Não. Os interesses mudam. As vontades acabam para logo a seguir darem azo a outras.
E eu olho atrás no tempo. Tudo o que fomos, quisemos, não se concretizou. Não dessa forma despreocupada digna da idade. Agora a missão de cada um, falou mais alto. Não somos crentes mas somos católicos de aluguer. Lemos a bíblia nas horas mortas e nas restantes, fazemos por cumprir a nossa suposta obrigação. entre um e outro pecado mortal. E no final da vida, olharemos para o céu e perguntaremos: Porquê? Mas será possível que ainda haja alguém que acredite na vaga no céu??
E eu páro para pensar: O que nos aconteceu? Quando foi o momento em que esquecemos que não queríamos ser iguais aos outros? Éramos tão simples. E agora tudo complicou e eu perdi a vontade de falar. A verdade é que envelhecemos e eu não te conheço mais... 
Tem um bom dia... onde quer que te tenhas perdido... que consigas soltar as correntes que colocaste à volta de ti mesma e ser finalmente, feliz.



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