... Metade de mim perdeu-se. Expulsei-a de mim cansada da sua existência. Cansada da incerteza que ela me provoca. E agora que ela se foi, encontro-me perdida num qualquer lugar sem significado. Esse, morreu com ela. Levou o mal mas o melhor de mim também. E não sei se fiz bem ou mal. Sei apenas que os dias demoram mais a passar. As horas que vejo no relógio, são as mesmas que vi à uma hora atrás e o dia da perda, parece repetir-se uma e outra vez na minha frente.
Todos os dias acordo e não está lá. A rotina é feita por ser habitual. O pequeno almoço de pé olhando o lugar vazio em frente. A saudade das conversas em silêncio derivadas da sonolência mas estava a presença. O conforto de não estar só. A possibilidade de um som se assim o quisesse.
O dia passa devagar. A doença tomou conta de mim e eu quis atribuir a culpa ao tempo. Tento distrair-me em mil e uma coisas que normalmente demoro uma eternidade a conseguir... espanto, até elas estão contra mim... Aparecem feitas num piscar de olhos, deixando-me outra vez sem nada para fazer. E por isso escrevo... determinada a não parar até que o sono tome conta de mim... levando a doença a uma pausa e levando-me a mim ao conforto de um sonho. Onde te encontro outra vez.
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