domingo, 27 de abril de 2014

We are... nothing

Nada do que vivemos, foi em vão. Nada do que dissemos, esquecido. Às palavras e gestos, guardo-os em mim como os sonhos... esperando dias melhores.
Mas não me peças para pensar. É sempre quando o faço que tudo vira confusão. Conquistamos algo sem querer, melhoramos, sem esperar e somos ainda jovens com os mesmos sonhos da criança que por vezes negamos.
Não há nada entre nós e pelo meio há o mundo inteiro.
Somos partículas de pó que quando se unem transformam-se em grão. De amizade. De sorrisos. Boas conversas, para no fim tornados a casa, virarmos pó outra vez. Estamos tão longe e sempre tão perto, nessa linha imaginária de pensamento que de uma ou outra forma, somos mais, melhores e maiores. E não chega.
Faz muito tempo que parei de pensar. Porque complica. Porque distorce. Porque me ilude as ideias e sentimentos. E fica tudo guardado. Até um dia melhor.

Dreams

De vez em quando visitas-me. Sempre do teu jeito e nunca como eu gostaria. Os convites feitos ao vento e as súplicas mudas nunca fazem efeito em ti.
Visitas-me sem bater à porta, sem fazer barulho, sem trazer uma garrafa de vinho na qual nos possamos afogar. E é assim que te vejo. Como uma presença num qualquer canto da minha casa com o mesmo ar de quem vê um filme. Sorris o sorriso que me conquista. Abres os teus braços fortes e deixas que eu me enterre no teu aconchego. Basta isto para voltar a acreditar em ti. Perdoo-te o jeito invasivo de me espiares a privacidade e fecho os olhos. Adormeço profundamente nesse momento para mais tarde abrir os olhos e perceber que abraço o ar. O nada. Sempre tão mais forte que o tudo.
Vens sempre quando menos espero e somes quando menos quero. 
E fico entregue a mim. Não sinto mais a sensação de ser observada e volto a ser eu sozinha entre 4 paredes. As mesmas onde acordo todas as manhãs após sonhar contigo. Espero um dia, não precisas de dizer qual, encontrar-te eternamente disponível... com todos os sonhos do mundo e sem tempo contado.

25 de Abril

Dia 25 de Abril passado entre a casa de banho e a cama, a vomitar as politiquices de bolso e falsas promessas. No fim disto tudo, tudo gira em torno do mesmo... Kilos perdidos e a cara pálida perante a realidade estragada de um bolo que alguém nos prometeu e vendeu como sendo o melhor.
Já alguém disse em tempos, que "a revolucao nao passa na televisao, ela tem de acontecer dentro de cada um de nós"... mas será que ainda anda aí alguém capaz de a fazer? De a compreender? De aceitar as vitórias mas também as consequencias?
É que nao basta chá e torradas nem muito menos frango cozido e canja.
A revolucao faz-se de sangue, vómitos, suor, calafrios, actos, gestos e palavras.
E viva a revolucao. Do corpo, mente e alma. Seja lá o que isso for. 
Para quem me le, que se lembre ao menos que sem revolucao, eu estaria a ser torturada por estas palavras, lado a lado com quem as leu.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Uma vez mais, nós.

Recentemente comecei a escrever a nossa história... pela enésima vez. Inspirada por uma qualquer idéia saloia de que ela merece ser contada. 5 minutos e folhas depois, isso passa. E volto ao zero em que nos encontramos agora. Que história contar? Que verdades saudosistas lembrar? Como falar de tristeza sem voltar ao fundo do abismo outra vez? Merece ser contada? Porque nao a quero esquecer? E lembrar para? Nao mudará certamente um ponto ou vírgula dela. Muito menos do final que nao foi escrito. Páro. Mais um copo de vinho perdido entre outros. Deixo ebriamente que ele me embacie o contacto com a realidade recente e escrevo mais umas linhas.Consigo ser fiel ao que fomos e vivemos. Continuo. Até onde nao há mais continuacao. Nao há um final. Há um último encontro repentino e apressado sem direito a "adeus". Como quem vai comprar cigarros e volta já, passados 6 anos. Há um lapso no tempo. Há um coma induzido em nós quando o resto do mundo envelheceu. Pior, maior, diferente, melhor... Interessa?
Bloqueio. Odeio-te por deixares para mim o triste peso de escrever o "adeus". Eu nunca quis esse papel e nem consigo pensar no "para sempre" em contexto de despedida. Mas é destas maos frageis que ele depende... no final, sou eu a culpada de nao o saber escrever sem que inevitavelmente aceite a derrota do mundo e a perda do meu melhor amigo.