De vez em quando visitas-me. Sempre do teu jeito e nunca como eu gostaria. Os convites feitos ao vento e as súplicas mudas nunca fazem efeito em ti.
Visitas-me sem bater à porta, sem fazer barulho, sem trazer uma garrafa de vinho na qual nos possamos afogar. E é assim que te vejo. Como uma presença num qualquer canto da minha casa com o mesmo ar de quem vê um filme. Sorris o sorriso que me conquista. Abres os teus braços fortes e deixas que eu me enterre no teu aconchego. Basta isto para voltar a acreditar em ti. Perdoo-te o jeito invasivo de me espiares a privacidade e fecho os olhos. Adormeço profundamente nesse momento para mais tarde abrir os olhos e perceber que abraço o ar. O nada. Sempre tão mais forte que o tudo.
Vens sempre quando menos espero e somes quando menos quero.
E fico entregue a mim. Não sinto mais a sensação de ser observada e volto a ser eu sozinha entre 4 paredes. As mesmas onde acordo todas as manhãs após sonhar contigo. Espero um dia, não precisas de dizer qual, encontrar-te eternamente disponível... com todos os sonhos do mundo e sem tempo contado.
Sem comentários:
Enviar um comentário