... E ela disse: "Vamos brincar as duas, um jogo de vários jogadores. Vamos fazer de conta que tu não tens emprego mas tens. Que não há lugar para ti mas há. Que és uma merda que não és. Vamos fazer de conta que não sei o que vou fazer quando na realidade até sei e jogar este mesmo jogo por meses, até te fazer quase perder a paciência e já só tens uma semana. E agora pergunto-te, o que vais fazer no dia 1 se descobrires que não tens emprego? Responde-me mas como se tudo isto fosse um jogo meu sobre a tua vida, como se de mim, ela dependesse".
... E eu pensei: "Fácil. Primeiro manda-se um ou outro CV. Juntam-se os diplomas que atestam a minha burrice, as numerosas cartas de recomendação que me recordam da merda que sou e no fim, esperam-se as respostas que não tardam em chegar".
O jogo ficou empatado e agora chegou a minha vez de recomeçar um novo. E eu disse: "Vamos esquecer os outros jogadores e ir directo ao xeque-mate. Vamos fazer de conta que quero um emprego aqui e não ali. Que sou uma merda e por isso muitos outros me querem. Vamos esquecer a licenciatura e as cartas de recomendação e dizer educadamente - vai à merda- sem medo do peso das palavras. E agora sou eu que pergunto: o que vai fazer se no dia 1 lhe deixar um lugar por preencher?".
A resposta não demorou. No dia 1, não haverá lugares vagos nem despedimentos. Jogo vencido. Mais importante do que um diploma, é mesmo ser bom jogador.
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