sábado, 11 de outubro de 2014

Nós

O ser humano sempre nos surpreende. Aos outros. A nós mesmos. Dias passam, que somos iguais a tantos outros. Outros vêm, que nos sentimos fora do normal. Fora da fotografia que guardamos numa moldura de pó acumulado. E no entanto, estamos no meio da foto. Somos nós. Sempre o somos e seremos. Só desconhecemos certos extractos de realidade que tornam a imagem completa. 
Neste balde de cafeína onde me afogo todos os dias da semana, tento boiar sem sucesso num constante movimento desconectado entre membros superior e inferiores. Só a mente flutua. Por entre sentimentos que não compreendo. Por visões de realidade que não entendo se verdadeiros ou ilusórios. 
Hoje é final de semana. Permito-me afogar noutros mares bastante navegados. Mais alcoólicos, menos lúcidos. Ou mais? A visão que tenho do dia de hoje não é directamente proporcional com mais um copo deste liquido que tem sabor a oxigénio. Faltam peças neste puzzle. E eu não tenho a lucidez ( ou falta dela), para as encontrar.
E por isso mesmo, hoje sei que existem coisas, que por muito que me expliquem, nunca irei compreender. Digo isto pelo muito do que julgo conhecer de mim. E assim, continuarei sem perceber porque é que quando queremos muito uma coisa, por vezes ela não é possível.
Há também outras, que por muito que me obriguem, nunca as irei aceitar. Porque conheço bem os meus limites. E esquecer, é algo que (para já), não faz sentido.

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