Faz muito tempo que aqui não escrevo. As teias de aranha fazem mais companhia do que estorvo e eu fito o vazio. Este vazio, cheio de tudo e de nadas.
A vida não parou, pelo contrário, preenche-me o tempo livre. Também não avançou e pouco de novo há para contar e nos tempos que correm começo a achar que isso não é mau. Apenas quando não há novidades reais, prefiro não inventar sobre as antigas que já cheiram a velho.
Tudo sabe a novo numa mistura com mofo. O tempo está encoberto pela dúvida dos meus passos gigantes em pés de princesa e ultimamente o espaço que ocupo na vida de algumas pessoas, é maior do que gostaria ou mais pequeno do que anseio. Deixei de ser crente. Não há meios termos na minha vida. Sempre um 8 pequeno ou um 80 gigantesco que me fazem pulsar o sangue em mais pressão do que a que sinto aguentar. Acostumo-me àquilo que sempre me revoltei e revolto-me por coisas que nunca dei importância... Pergunto ao espelho ansiando por uma não resposta, se é isto que significa envelhecer ou se o tempo continuou e eu é que fiquei parada. O que me assusta sinceramente é exactamente o não querer saber. Continuo segura em passos incertos. Sonhadora em mundos de pesadelos. Directa demais numa verdade que sempre magoa. E no fim disto tudo? Não quero mesmo saber. Dos sonhos que tive e deixei para trás. Dos sonhos que outros destruíram. Do que pensam de mim. Tudo isso só me fez mais forte e fria, num coração de quem ama a quente e age por impulso. E então? Que adianta dizer mais?
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