sábado, 31 de outubro de 2015

And

... Não entendo as conversas que temos entre diálogos. Quem pensas que sou, ou o que represento, e acima de tudo, quem representas ser na minha vida.
Pudesse eu fechar os olhos e voltar atrás. Não àquele dia mas anos antes. Quando sem querer, te magoei intencionalmente. Quando rasguei em mil pedaços de raiva, a mais bonita recordação do que criamos. Se calhar a culpa foi minha. Se calhar foi tua, quando percebeste tarde demais, que quem tinhas ao teu lado, era uma mulher de carne e osso e não " 1 amigO".. E que vale a pena? Será que te lembras de tudo o que fomos? De todas as conversas? De todas as vezes que te amparei as lágrimas e tu a mim? Das gargalhadas que partilhamos entre 1 beijo de cumplicidade. Não de dois amantes mas de duas almas que de tão unidas, seria sempre impossível unirem-se de outra forma que não a amizade.
E tu falas. Como se o tempo nunca tivesse passado. Como se a dor nunca tivesse sido sentida. E eu respondo. A alguém que não conheço mais. E não sei o que te dizer... Não fui eu que desapareci. Não fui eu que mudei todo o curso da minha vida. Sou a mesma pessoa que era antes. E depois de ti, foi quase humanamente impossível, voltar a confiar em alguém. Mas consegui.
Não imagino como foi possível fugir. Esquecer. Rasgar, queimar ou guardar, todas as cartas que escrevi ao longo dos anos... será que quando as viste, te arrependeste?
E desculpa o silêncio. Não consigo entender como comunicar com quem não vejo fazem anos. Como comentar uma história da qual desconheço o enredo. A tua história não é mais a nossa. E recentemente, aprendi a separar a minha também. Instinto de sobrevivência. Sabes, sempre achei que se erramos, não podemos culpar mais ninguém no mundo, a não ser nós próprios. O problema é quando os outros erram e só restamos nós para levar com as culpas.
Incrível como uma mera acção nossa, pode de facto mudar todo o rumo de outra vida alheia. Sou a mesma pessoa que fui. Mas não para ti. Não consigo, por muito que tente. Fecho os olhos com mais força ainda mas tudo o que leio de ti soa-me a estranho e impossível.
Sempre nos disseram que dois amigos de sexo oposto, nunca poderiam ser amigos... pensamos ter superado essa batalha mas afinal no fim, perdemos a guerra e eu não te reconheço mais.
Pudesse eu voltar atrás... Se eu ao menos soubesse como evitar o destino... E no entanto, sei que não mudarias nada porque o tempo te fez perder umas coisas mas ganhar outras bem melhores. Que sejas feliz meu amigo, it's time to move on for good.

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