Gosto de noites assim. Em que sou acarinhada pelos amigos. Em que olho à minha volta e me sinto uma peça da mobília e não apenas um bibelot... Em que observo os gestos e sorrisos dos que embrenhados na conversa, nem notam que os olho... Saudades... de noites assim, de amigos, de conversas que me fazem rir até doer a barriga...
Sem horas. Sem pressas. A copo tinto. Ou verde branco..
De conhecer outros novos, de me perder em conversas internacionais. De estender os horizontes. De sonhar com outros sonhos. De ser feliz mesmo que seja por uns breves momentos.
Hoje foi dia. De celebração. De festa. De reencontro. De encher o copo e a alma de felicidade. De sorrisos. De caras de quem não se vê fazem anos.
E eu confesso. Que muitas vezes me esqueço de quem é especial e guardo apenas tempo para quem não merece. Não é intencional. É apenas distração. Falta de tempo e de oportunidade. Hoje, foi o dia. A noite. De me lembrar de quem sempre está por perto e nem noto. De quem não quero perder contacto e que sem me aperceber, cresceu. Desde aquela noite de cabelo comprido numa mota imaginada com capota, até à noite em que 20 anos depois, nos reuniu para dar lugar a conversas mais sérias e concretas. Foi bom. Fui feliz. Como já não me lembrava nos últimos tempos. E agora, sozinha nesta casa imensa cheia de recordações, sinto-me mais completa. Mais especial. Mais crescida. Mais sábia e segura dos meus passos... Porque quem tem amigos, tem muito na vida. E às vezes basta um ou dois para nos fazer sentir princesas de um mundo que se tornou amargo, lembrando-nos que nem sempre tem de ser assim.
Por isso agradeço. A todos os que me relembram quem eu era e de onde venho. A todos que amo e me amam apesar de todos os meus defeitos. Nunca vou compreender porque o fazem mas eu sei que será sempre recíproco. E por isso mesmo, venham mais noites assim.
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