segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Runaway train

Desde miúda que eu sei... que esta cidade é pequena demais para os meus passos. Pequena em comparação ao tamanho dos meus sonhos. Pequena na essência do meu ser ou na minha personalidade. Sempre soube que não fazia parte dela, apenas me foi emprestada para nascer... Aprendi a amá-la mas isso não me impediu de sonhar. E quando cresci e abri asas, voei... demasiado irritada com o que ela se transformou. Irritada com as pessoas que a controlam, com a apatia de quem cá ficou quieto em fazerem uma revolução e exigirem o que têm direito por natureza... Vi novas caras. Dos que não se calam. Novas culturas às quais resisti mas adaptei. Permiti a mudança em mim como um ensinamento que a vida me proporciona. Quatro anos passaram. Bons, maus, e voltei. Lentamente refeita da briga mental com o meu próprio país e cidade... Esperava a mudança. A evolução... e tudo o que vi foi o efeito nefasto de quem se calou e já não manda nada, mesmo que tente. A falta de oportunidades num sítio cheio delas. A falta de esperança corrompida pelo dinheiro dos outros que não o merecem. E eu deprimo. Tento e dou luta, por um lugar melhor. Vejo-me a viajar novamente. Entre quatro paredes mas quando dou por mim, a minha cabeça já vai longe. Por entre alguns kilometros abaixo de mim. Tarde demais. Já foi o coração também e aqui neste lugar onde o sol brilha embora não para todos, só o corpo se mantém. 
Hoje, foi apenas mais um dia. Em que o meu cérebro navega noutras águas. Voei como um pássaro rápido, nas asas de um maior e para o melhor. De mim, de nós, do futuro... e assim que abri os olhos estava novamente no sítio do costume. Num banco solitário em regresso a um sítio que já dificilmente chamo de casa. Não sei para onde vou, ou o que será de mim mas sei que este não é o meu lugar... Aqui nada faz sentido na existência do ser humano que quer apenas ser feliz. E eu, vou novamente abrir asas... e voar... em asas maiores e protectoras. Em voos que dão sentido novamente, à minha vida.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Frase da noite

"Friends can break your heart too"

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Chapter One

Olho o relógio. Eu sei que ainda é cedo neste tempo que chega tarde. Eu sei que a esta hora ainda não sabes mas serás importante para mim. Será que eu sei?
Olho em volta enquanto espero. O mundo continua a girar, as pessoas a passar, as gaivotas a tentar apanhar o peixe que nestas águas não existe, o empregado que se demora a trazer a minha comida e no entanto o tempo parece parado. Os segundos que não avançam embora a minha cabeça viaje a mil à hora em pensamentos possíveis mas ainda não reais. Faço um filme na minha cabeça daquilo que gostaria que este dia fosse. Mas já fiz tantos que me perdi nas nuvens do céu.
Olho novamente o relógio. Não me diz grande coisa desde a última vez que olhei para ele... e tu tardas. Num passo calmo de quem não sabe o que esperar, de quem vai apenas viver mais um dia, igual a tantos outros no passado. E eu vejo-te. No meu pensamento. Envolto em chuva, raios de sol escassos em dias de Inverno que não chegam para me aquecer e nevoeiro mental. E tu tardas. Como o empregado que se perdeu em conversas com a miúda da mesa ao lado. Como a minha comida esquecida num grelhador. Será que ainda vou a tempo?
Chegas por fim. E eu não sei o que dizer. Tinha tanto para falar, contar... e perdi-me em mim mesma. Soltamos palavras soltas que a muito custo fazem frases. Não era nada disto que queria dizer mas tenho medo que as minhas emoções atrapalhem o momento. Ao mesmo tempo, o que haverá para atrapalhar? Somos apenas dois adultos, sentados numa esplanada, amigos que partilham histórias parecidas e diferentes entre si. Mas porque raio a minha cabeça teima em fazer filmes de outros tempos? Outros receios? Outros momentos? Outras pessoas? E consequentemente, o medo... De dizer o que não quero, de o dizer cedo demais quando para mim já é tarde? E pior, de dizer o que não queres ouvir?
Páro. Inspiro. Penso. E digo. Não sei o que quero. Não sei o porquê. Não sei como estas coisas acontecem ou como se lida com elas. Sei apenas que és importante. Numa existência que para mim sempre é um desafio todos os dias. Num tempo fora de tempo. E depois disto tudo, pergunto-te pela certeza de algo incerto.
Num tempo que chega finalmente. Num banco de jardim. Entre raios de sol escassos e ponteiros de segundos que andam bem mais depressa do que aquilo que quis.
Páro novamente. Como dar sentido se eu própria não faço sentido? E então ouço o que dizes. Se pensar nos envelhece depressa demais, porque não deixar de o fazer e limitarmos-nos a sentir o que o mundo nos dá? Tu não sabes mas naquele dia eu renasci e por isso mesmo, agradeço-te. Por todo um novo sentido que deste à minha vida. Por me dares a mão quando eu só precisava de um dia de sol. Por tudo o que representas para mim, mesmo que ainda não o saibas.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Missing





"Wir wollen die Sehnsucht nach morgen
weil es heute perfekt ist
Sehnsucht nach morgen
weil es heute perfekt ist
du stehst neben mir, zeigst mir, dass es echt ist
die Lichter meiner Stadt sind verbrannt
lass uns zum Strand"