terça-feira, 29 de setembro de 2009
domingo, 27 de setembro de 2009
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Green house
Na minha rua sobrou no tempo uma casa mais centenária que a minha, onde vive desde sempre uma velhinha simpática. Dessas que nasce, cresce, casa, tem filhos, netos, bisnetos, envelhece. Dessas que desde que nasci, me habituei a ver sempre da mesma forma... cabelos brancos, as mesmas três rugas, a mesma cor de baton e as maçãs do rosto carregadas do que a minha avó chamava de rouge... A mesma que sempre que me cumprimenta, deixa na minha cara uma tela de cores que variam entre o vermelho dos lábios e o castanho da base e me poupa (ou arruína o meu), perfume com o dela.
Este verão deixei de a ver à janela... ainda pensei que estivesse escondida atrás de uma cortina ou outro truque qualquer, porque afinal, foram anos a afinar a técnica da cusquice nas diversas janelas da casa verde... Só a vi quando regressou a casa, desta vez não estavam lá as amigas que a acompanham nos lanches do salão de chá, nem ela caminhava no seu andar ligeiro, aliás, não caminhava de todo... estava numa cadeira de rodas depois de um AVC que lhe roubou tudo o que ela possuía de simpático... o sorriso, alegria, simpatia natural, a ideia de que envelhecer era ou podia ser, bonito. Não... na realidade não é bonito. Nada. É triste... e só aí percebi que aquela casa verde, outrora bonita e arranjada, já há muito que anunciava a morte... nos arbustos velhos e secos, na pintura que descascou... só eu não percebi que se uma casa centenária não resiste para sempre ao passar dos anos, aquela velhinha simpática muito menos.
Outro dia vi-a à janela... a muito custo pôs-se de pé e disse-me adeus... desta vez já não há cusquice, é apenas como uma despedida anunciada, daquela rua que foi sua a vida toda.
E assim percebi, que ela é uma dessas velhinhas, que nasce, cresce, casa, tem filhos, netos, bisnetos, envelhece e eventualmente, um dia morre... Tudo na mesma casa.
Este verão deixei de a ver à janela... ainda pensei que estivesse escondida atrás de uma cortina ou outro truque qualquer, porque afinal, foram anos a afinar a técnica da cusquice nas diversas janelas da casa verde... Só a vi quando regressou a casa, desta vez não estavam lá as amigas que a acompanham nos lanches do salão de chá, nem ela caminhava no seu andar ligeiro, aliás, não caminhava de todo... estava numa cadeira de rodas depois de um AVC que lhe roubou tudo o que ela possuía de simpático... o sorriso, alegria, simpatia natural, a ideia de que envelhecer era ou podia ser, bonito. Não... na realidade não é bonito. Nada. É triste... e só aí percebi que aquela casa verde, outrora bonita e arranjada, já há muito que anunciava a morte... nos arbustos velhos e secos, na pintura que descascou... só eu não percebi que se uma casa centenária não resiste para sempre ao passar dos anos, aquela velhinha simpática muito menos.
Outro dia vi-a à janela... a muito custo pôs-se de pé e disse-me adeus... desta vez já não há cusquice, é apenas como uma despedida anunciada, daquela rua que foi sua a vida toda.
E assim percebi, que ela é uma dessas velhinhas, que nasce, cresce, casa, tem filhos, netos, bisnetos, envelhece e eventualmente, um dia morre... Tudo na mesma casa.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
sábado, 19 de setembro de 2009
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Waiting
Falas por falar. Dizes o que não se diz... a ninguém. Transportas-me para um mundo de faz-de-conta, que para mim, conta.
E aqui estamos nós outra vez. Perdidos no tempo e no espaço, seja lá qual for o nosso lugar... o meu? O teu ou o nosso?
Será que algum dia vamos saber as respostas a todas as nossas perguntas? Será que algum dia elas vão fazer diferença? Mudar o que não muda, calar o meu pessimismo, dar cor à nossa vida ou realizar os nossos desejos? Será?
Enquanto isso, vivemos na ilusão daquilo que achamos correcto, do que julgamos ser possível e sonhamos com a concretização dos nossos sonhos.
E eu fico aqui... à espera não sei bem do quê ou de quem, até não aguentar mais esta espera... nesse dia, vou exigir-te todas as respostas que adias, as mesmas que te farão enfrentar o mundo real de uma vez por todas.
Com ou sem medo, esse dia está a chegar.
E aqui estamos nós outra vez. Perdidos no tempo e no espaço, seja lá qual for o nosso lugar... o meu? O teu ou o nosso?
Será que algum dia vamos saber as respostas a todas as nossas perguntas? Será que algum dia elas vão fazer diferença? Mudar o que não muda, calar o meu pessimismo, dar cor à nossa vida ou realizar os nossos desejos? Será?
Enquanto isso, vivemos na ilusão daquilo que achamos correcto, do que julgamos ser possível e sonhamos com a concretização dos nossos sonhos.
E eu fico aqui... à espera não sei bem do quê ou de quem, até não aguentar mais esta espera... nesse dia, vou exigir-te todas as respostas que adias, as mesmas que te farão enfrentar o mundo real de uma vez por todas.
Com ou sem medo, esse dia está a chegar.
Incolor
Não sei quando foi. Quando percebi, eras claro como água... transparente, incolor... Sem te falar, sem ouvir, sem grandes emoções ou reacções... Observei-te quando nem deste conta que ali estava.
Disfarçado por uma euforia irreal, um contentamento momentâneo que passa a apatia quando as luzes apagam e as cortinas se fecham... E tu gritas... silenciosamente e ninguém te ouve... tudo aumenta... a revolta, a raiva, a insegurança e o medo... Tudo aquilo que escondes por detrás de uma máscara diurna que de madrugada, num canto obscuro da tua mente, volta religiosamente para assombrar os teus pensamentos.
Podes fugir, tentar esconder ou enganares meio mundo, porque na realidade são raros aqueles que se dão ao trabalho de parar e se preocuparem com os outros, mas não o consegues fazer comigo... vejo-o em ti. A toda a hora.
Não sou nada nem ninguém. Só tu podes abrir a cortina e enfrentar a multidão que pensas que te vai devorar, mas no entretanto, estarei por aqui... O teu segredo está seguro comigo e mesmo que o contasse, poucos seriam os que compreenderiam...
Disfarçado por uma euforia irreal, um contentamento momentâneo que passa a apatia quando as luzes apagam e as cortinas se fecham... E tu gritas... silenciosamente e ninguém te ouve... tudo aumenta... a revolta, a raiva, a insegurança e o medo... Tudo aquilo que escondes por detrás de uma máscara diurna que de madrugada, num canto obscuro da tua mente, volta religiosamente para assombrar os teus pensamentos.
Podes fugir, tentar esconder ou enganares meio mundo, porque na realidade são raros aqueles que se dão ao trabalho de parar e se preocuparem com os outros, mas não o consegues fazer comigo... vejo-o em ti. A toda a hora.
Não sou nada nem ninguém. Só tu podes abrir a cortina e enfrentar a multidão que pensas que te vai devorar, mas no entretanto, estarei por aqui... O teu segredo está seguro comigo e mesmo que o contasse, poucos seriam os que compreenderiam...
Metro station
Adormecida pelas poucas horas de sono, entrei no metro sem perceber muito bem como ali tinha chegado...
Tal como os óculos de sol são necessários, também a música nos ouvidos, a ecoar na minha cabeça, é uma parte importante no meu ritual matinal... Tudo soa melhor, mesmo os momentos mais cómicos do quotidiano não são iguais se a banda sonora for uma balada lamechas... e é isso que gosto... de manhã não se querem dramas, eu por exemplo, apenas queria um café bem forte... E foi assim, ao som de Linkin Park, que observei uma grávida super grávida e seu namorado a entrar no metro... nada demais, não fosse o facto de ela com 15 anos ter engravidado na sua 1ª vez com o namorado acabado de entrar na puberdade, com um corpo que denuncia ainda a infância... Na cara dela nada se denunciava... era apenas a cara de quem está cansada de carregar aquele peso ao longo de nove meses, mas ele... uma falsa alegria que na realidade escondia o medo que sentia... os azares devem ter sido muitos... ser pai, ficar ligado desde cedo a alguém, quando possivelmente muitas ainda estavam, e estão, por vir, perder a sua recém adolescência a mudar fraldas e a acordar a meio da noite, não só pelo choro do bébé mas para lá pelo meio, chorar umas quantas lágrimas também...
Não me imagino com 28 anos a ter um filho de 14... por muito que queira ser mãe um dia... nem posso imaginar como vai ser para eles... mas a cara do rapazinho... denunciava o receio... aquela alegria nervosa de quem trocava de papel com o 1º que aparecesse... As mulheres também sofrem é verdade, mas algo em nós nos fez mais calmas e conformistas... e era assim que ela estava.
Na verdade não imagina o que aí vem... nem eu imaginava que quando desse por mim, já estaria no meu destino e ainda afectada por aquela cena, passada ao som de 'Lying from you'...
Tal como os óculos de sol são necessários, também a música nos ouvidos, a ecoar na minha cabeça, é uma parte importante no meu ritual matinal... Tudo soa melhor, mesmo os momentos mais cómicos do quotidiano não são iguais se a banda sonora for uma balada lamechas... e é isso que gosto... de manhã não se querem dramas, eu por exemplo, apenas queria um café bem forte... E foi assim, ao som de Linkin Park, que observei uma grávida super grávida e seu namorado a entrar no metro... nada demais, não fosse o facto de ela com 15 anos ter engravidado na sua 1ª vez com o namorado acabado de entrar na puberdade, com um corpo que denuncia ainda a infância... Na cara dela nada se denunciava... era apenas a cara de quem está cansada de carregar aquele peso ao longo de nove meses, mas ele... uma falsa alegria que na realidade escondia o medo que sentia... os azares devem ter sido muitos... ser pai, ficar ligado desde cedo a alguém, quando possivelmente muitas ainda estavam, e estão, por vir, perder a sua recém adolescência a mudar fraldas e a acordar a meio da noite, não só pelo choro do bébé mas para lá pelo meio, chorar umas quantas lágrimas também...
Não me imagino com 28 anos a ter um filho de 14... por muito que queira ser mãe um dia... nem posso imaginar como vai ser para eles... mas a cara do rapazinho... denunciava o receio... aquela alegria nervosa de quem trocava de papel com o 1º que aparecesse... As mulheres também sofrem é verdade, mas algo em nós nos fez mais calmas e conformistas... e era assim que ela estava.
Na verdade não imagina o que aí vem... nem eu imaginava que quando desse por mim, já estaria no meu destino e ainda afectada por aquela cena, passada ao som de 'Lying from you'...
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
Música da noite
How can I explain
Talking to myself
Will I see again
We are always running for the thrill of it thrill of it
Always pushing up the hill searching for the thrill of it
On and on and on we are calling out and out again
Never looking down I’m just in awe of what’s in front of me
Is it real now
When two people become one
I can feel it
When two people become one
Thought I’d never see
The love you found in me
Now it’s changing all the time
Living in a rhythm where the minutes working overtime
Catch me I’m falling down
Catch me I’m falling down
Don’t stop just keep going on
I’m your shoulder lean upon
So come on deliver from inside
All we got is tonight that is right till first light
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Laranja
Sei que é em noites assim, que chego a casa anestesiada de qualquer pensamento e olhando para o vazio da minha parede laranja, tento chegar a uma conclusão que nunca surge.
Sei que procuro um porto de abrigo mas só consigo encontrar albergues temporários onde posso descansar o corpo cansado.
Ontem fiz uma escolha. Disse-a vezes sem conta a mim mesma mas entretanto afoguei-a num copo a mais e esqueci... Hoje continuo na mesma... A mesma escolha por descobrir, que apesar da companhia de personagens secundários, insiste em não ser relembrada... Hoje, também nada se fez... Apenas se adiou... talvez amanhã...
Rendo-me por fim ao “sono dos justos”... em tempo de guerra não se limpam armas... limitamo-nos a usá-las... talvez amanhã quando acordar com a ressaca mental, talvez aí me lembre como usá-las...
Sei que procuro um porto de abrigo mas só consigo encontrar albergues temporários onde posso descansar o corpo cansado.
Ontem fiz uma escolha. Disse-a vezes sem conta a mim mesma mas entretanto afoguei-a num copo a mais e esqueci... Hoje continuo na mesma... A mesma escolha por descobrir, que apesar da companhia de personagens secundários, insiste em não ser relembrada... Hoje, também nada se fez... Apenas se adiou... talvez amanhã...
Rendo-me por fim ao “sono dos justos”... em tempo de guerra não se limpam armas... limitamo-nos a usá-las... talvez amanhã quando acordar com a ressaca mental, talvez aí me lembre como usá-las...
domingo, 13 de setembro de 2009
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
terça-feira, 8 de setembro de 2009
Eleições
E cá estamos nós. Novamente a caminho de eleições... 27 de Setembro... só não percebo qual é a pressa deste povo em votar, se no final tudo irá certamente ficar na mesma... senão pior...
Já me cansei de sondagens, de debates sobre quem promete mais e menos faz, de ver os políticos a falarem mal dos outros, quando na realidade deveriam falar bem deles mesmos... nem que seja mentira, ficava-lhes bem e ao fim ao cabo, tanto faz se é ou não verdade, não é isso que leva o povo às urnas...
Bem, diz o Miguel Sousa Tavares, quando afirma que as pessoas não vão pensar nas promessas que ficaram por cumprir, porque nem sequer as ouviram...
É isto que temos... podia ser pior dizem uns, mas porque raio temos sempre de nos contentar com um Suficiente quando poderíamos ter um Bom?
Exemplos há muitos, mas basta falar na festa do avante este fim de semana, que de comunistas pouco tinha... o que interessa é o vinho, comida e o bailarico...
O povo também podia mentir... Ficava-lhes melhor, do que mostrarem ao país o quanto fracos de ideais políticos são... Uma coisa é irem lá sem opiniões formadas, outra é dizerem numa festa de esquerda que vão votar na direita.
Enquanto isso, dia 27 aproxima-se... claro que vou votar, embora saiba que vou levar com putos de 18 anos e seus pais, que pensam que as eleições é como eleger vencedores de concursos por telefone... seguem a lógica do: quantos mais, melhor... mesmo que no final se ouça, como já ouvi, um: - Votaste bem? Resposta: - Votei no que me mandaste...
Uns têm filhos porque gostam, outros para terem mais subsídios e depois existem estes... Para terem mais gente a votar no que lhes dá mais jeito... só gostava de saber como vai ser o nosso país quando os papás morrerem e formos governados por estes acéfalos... enfim...
Já me cansei de sondagens, de debates sobre quem promete mais e menos faz, de ver os políticos a falarem mal dos outros, quando na realidade deveriam falar bem deles mesmos... nem que seja mentira, ficava-lhes bem e ao fim ao cabo, tanto faz se é ou não verdade, não é isso que leva o povo às urnas...
Bem, diz o Miguel Sousa Tavares, quando afirma que as pessoas não vão pensar nas promessas que ficaram por cumprir, porque nem sequer as ouviram...
É isto que temos... podia ser pior dizem uns, mas porque raio temos sempre de nos contentar com um Suficiente quando poderíamos ter um Bom?
Exemplos há muitos, mas basta falar na festa do avante este fim de semana, que de comunistas pouco tinha... o que interessa é o vinho, comida e o bailarico...
O povo também podia mentir... Ficava-lhes melhor, do que mostrarem ao país o quanto fracos de ideais políticos são... Uma coisa é irem lá sem opiniões formadas, outra é dizerem numa festa de esquerda que vão votar na direita.
Enquanto isso, dia 27 aproxima-se... claro que vou votar, embora saiba que vou levar com putos de 18 anos e seus pais, que pensam que as eleições é como eleger vencedores de concursos por telefone... seguem a lógica do: quantos mais, melhor... mesmo que no final se ouça, como já ouvi, um: - Votaste bem? Resposta: - Votei no que me mandaste...
Uns têm filhos porque gostam, outros para terem mais subsídios e depois existem estes... Para terem mais gente a votar no que lhes dá mais jeito... só gostava de saber como vai ser o nosso país quando os papás morrerem e formos governados por estes acéfalos... enfim...
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Setembro.
Chegou o mês que já não gosto. O regresso ao mundo real, o fim de férias (ou quase), a bem dizer o fim de um ciclo e o começo de outro... Quase nada se fez e no entanto, tanta coisa aconteceu... umas boas, outras más, outras assim-assim, mas acima de tudo e como diria um amigo: "Eu vi a luz"...
Ah, a realidade é que me cansei da vida fútil dos outros, das constantes saídas que perderam a sua essência, ao dar-se mais importância a uma bebida a mais, do que a quem se tem ao lado, dos filmes marados de quem mal conheço e acima de tudo, da rotina rotineira de quem nunca se cansa dela!
Cansei-me dos programas sempre iguais, das conversas de sempre e sempre sem conteúdo, das mesmas pessoas que apenas nos ligam ao fim-de-semana, não porque sentem a nossa falta mas porque querem companhia para se auto-destruírem...
Chega! Preciso de uma limpeza ao fígado e outra à cabeça... aproveito e limpo também a minha lista de contactos... porque numa coisa o "anónimo" dos comentários anteriores, me deixou a pensar: não vale mesmo a pena viver a vida de uma forma tão iludida e falsa, sempre em constante anestesia, como "ele" vive! De gente assim, está o mundo cheio e sinceramente a ideia não é ser mais um clone conformista nesta sociedade!
Quem tem razão és mesmo tu Sandrinha, que te queixas dos programas sempre iguais de quem cá ficou... dá-lhes um desconto, eles não sabem que fora daqui há todo um mundo melhor! Pode até ser pior, mas eles estão tão cegos que nunca chegarão a ver as diferenças...
Tenho pena. Pena que nada mude na vida de muita gente, tal é a ânsia de fugir ao inevitável... o crescer! O envelhecer... o EVOLUIR!
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