Não gosto deste lufa- lufa. Do materialismo imposto à época como se fosse parte importante da tradição. Não gosto da antipatia que domina as pessoas na corrida à compra perfeita. Os encontrões com os sacos, a corrida dentro das lojas como se a vida delas dependesse daquela compra. Não gosto de ser obrigada a concordar com o materialismo e pior, ter de o ser também, correndo o risco de ser antipática se não comprar também. Odeio meias, cuecas e pijamas, carapins e afins seja a receber ou a dar, prefiro uma caixinha cheia de nada e um prato de arroz doce à frente. E isso sim, é tradição, a família à frente a dizer disparates aquecidos pelo álcool, o botão das calças desapertado pelo enfartamento de comida e sentar-me a um canto a observá-los, pensando que o importante é aquilo... não o que se deu ou não deu, o que recebemos só porque sim, mas sim o estarmos juntos e bem... É sinal que estamos vivos.
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