Páro no tempo. Isolada de contacto com o todo que me rodeia. Sozinha na multidão que me circunda. Faz tempo que as coisas deixaram de fazer sentido. Mais ainda quando tinha tempo para sequer me preocupar com elas.
As coisas limitam-se a acontecer. Não as processo... interiorizo e exteriorizo os contornos faciais correspondentes. Já nada é igual ao que foi. Não é o mesmo ar que ainda ontem inalei. Não é o mesmo perfume. Não são os mesmos rostos que vejo desde sempre. É uma constante mutação à qual tento assimilar mas sem sucesso. E volto a parar... penso no dia, hora ou momento em que me permiti ser assim. Mais uma no meio de todos ao invés de eu própria... Não sei dizer... não consigo responder se tudo o que vejo ao espelho é um rosto cansado que perde os contornos de menina... Já nem isso me importa... Revolto-me! Não pela perda de imaturidade, mas pela perda de interesse. Amanhã será o primeiro dia de uma nova vida! Estou decidida.. pelo menos a tentar! Porque parar é morrer e para isso, ainda sou nova demais.
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