sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Another day at work...

É Sexta-feira. 9h da manhã e eu no trabalho lutando contra a preguiça que toma conta do meu cérebro. Não são horas para chatices, burrices ou aborrecimentos mas uma voz fina chama por mim.. ou pelo menos foi o que consegui ouvir... ainda bem que tenho um nome sonoro, audível a qualquer frequência. Questionava-me sem parar e eu sem ouvir... sacudo a cabeça, peço mais volume, sacudo o ouvido e nada... ela é daquelas que quando fala mais alto, apenas grita o ar e não a palavra...
A muito custo e concentração ouvi o que antes parecia ser uma canção de embalar... não é possível... eu que fujo a 7 pés da burrice desta juventude acéfala, estou sentada perto, demasiado perto, de uma... Coitada... ela não tem culpa de ser parte integrante de uma geração que cresceu habituada à estupidez humana... Pensando melhor, tem culpa sim! Como é possível fazer-me perguntas como: "Tenho de me ir inscrever na segurança social? Sim? Porquê? E quê? Pode ser por telefone certo?"... Perante o meu espanto e consequente silêncio, ela deve ter-se sentido na obrigação de me brindar com um: "É que não sei se já estou inscrita!"... Juro que não foi por mal, mas o que saiu de mim foi: "Sofres de algum tipo de patologia mental que te provoca amnésia? Como é possível teres 23 anos, já teres descontado e não saberes se já te inscreveste?? E os descontos??".
E sim, às 9h da manhã ainda existem coisas que me espantam... Diz ela com uma cara que podia bem ser o retrato oficial desta geração: "Que descontos? Isso é pra quê? Ahhh eu não ligo a isso..."... Há resposta a isto? Há! Uma chapada na cara numa tentativa frustrada de a acordar mas seria desperdiçar a pouca energia matinal que tinha, por isso mesmo limitei-me a um evasivo: "Vai à segurança social e pede informações..."... Ela continuou entretida a marcar as férias no mapa das datas e para quem desconhece as suas obrigações, ficou-lhe tão mal reclamar os seus direitos... Férias ao fim de dois meses??? Cansada??? Mas... ahhhh! Mas nada! Não há tempo para falar desta gente que vive ocupada a ser estúpida, habituada a que os outros lhes façam tudo, achando que isso é um direito adquirido à nascença.

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