Sinto as tuas palavras perdidas no ar, vendidas ao vento em troca do afastar de ti, os sentimentos que te assustam.
Desconheces os motivos, evitas as acções mas esqueces-te de que isso não basta para fugir. Qualquer fuga dar-te-ia apenas a ilusão dela mesmo e o fingimento desse momento, que te soa mal e a falso, consome-te nos momentos em que te permites pensar.
Acaba a fuga. Vem a culpa.
Pensas que não há volta a dar, numa situação que desde o início, não permitiste sequer, existir. Resta-te o cansaço que te apaga na noite. O arrependimento que calas para que ninguém saiba que sofres, toma conta da tua alma, minando-a de pensamentos complexos.
E por fim dormes. Despido da pesada armadura que envergas de dia e que repousas à noite quando já todo o mundo está prestes a acordar.
Sozinho naquele quarto, ninguém imaginava que afinal de contas, és tão humano quanto eu.
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