domingo, 3 de fevereiro de 2013

I miss

Costumava sair de casa em dias como este, em que o melhor é estar sozinha, longe de tudo... Apanhava um qualquer transporte e perdia-me pelas ruas que conheço como a palma das minhas mãos, fingindo que estava perdida. E isso, fazia-me sorrir. Reconhecer novos objectos e pormenores da cidade que amo mas que me mata aos poucos...
Mas agora a viagem mudou... apanhei um avião e aterrei numa cidade que não é minha e na qual estou realmente perdida.
Estranho... não sei se gosto dessa sensação agora. Fingir que estou perdida tem sempre a possibilidade de me reencontrar quando quero mas estar realmente perdida, traz a dúvida ao pensamento...
A única coisa que queria era ser capaz de voltar a sentir a alegria do passado... a paz de estar onde ninguém me encontrava...
E podiam dizer-me que nada me impede mas a realidade é que de todas as vezes que volto ao lugar que sempre chamei "casa", nunca há tempo para me perder... há sempre alguém que pega em mim e faz o meu dia... que o planeia numa rotina que me cansa.
Sair do país é como morrer... durante o tempo em que cá estamos, ninguém se lembra de nós mas quando morremos, uma multidão imensa vai ao funeral...
Hipocrisias à parte, há sempre muito pouco tempo para tantas pessoas que exigem a nossa presença mas nenhum, para nós mesmos.
E sim, em dias como este, também aqui saio de casa para me perder... em vão... falta tudo... o meu rio, os meus jardins, as minhas ruas, as gentes, os cheiros e os sabores... 
Hoje saí de casa... eu só queria sentir algo que me lembrasse a "casa"... mas percebi, que pela primeira vez desde que aqui estou, o que sinto falta não é de me perder... sinto falta da minha cidade...

2 comentários:

johnny D disse...

Vá, eu não te tenho tirado tempo; tem que ser uma coisa positiva, não é? :D *

Anónimo disse...

Lembrei a imagem que ilustra este texto ao ver esta fotografia:

http://www.facebook.com/photo.php?fbid=155076244648403&set=a.109323552557006.16994.108642929291735&type=1&theater