I am free to be whatever I want.
terça-feira, 29 de outubro de 2013
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Irmãos verdadeiros, falsos gémeos
Diz-se muito sobre os irmãos gémeos... o quanto mesmo à distância
pensam e fazem a mesma coisa, o quanto unidos são... mas ninguém estuda
tanto os irmãos que não são gémeos e se transformam em tal pelas
circunstâncias da vida...
Pois bem, eu não tenho um gémeo mas
tenho um irmão cinco anos mais velho, que cresceu comigo a brincar com
carros e fisgas. Sempre nos demos como cão e gato como é normal embora
agora sejamos dois gatos reformados de quezílias... no entanto, algo
estranho aconteceu desde que vim para a Alemanha e me separei
forçosamente dele... Sempre que ligo à minha mãe, ele liga ao mesmo
tempo, sempre que penso nele, recebo um email ao mesmo tempo e hoje, foi
a melhor. Liguei cedo à minha mãe a dizer que não tinha ido trabalhar
por estar doente... desliguei passado uns momentos e logo a seguir, liga
ele à minha mãe a dizer que não tinha ido ao trabalho porque estava
doente!!! Mas será possível? Os mais cépticos como o meu pai, dizem que
nós combinamos antes mas sinceramente, que fenómeno de falsa
gemelaridade é esta?
Ao telefone com o sobrinho
EU: Olha a tia está doente e precisava dos teus beijinhos... não tens uns para me dar?
ELE: Meus não... mas tenho uns que o Vu (avô) me deu e que te posso emprestar!
ELE: Meus não... mas tenho uns que o Vu (avô) me deu e que te posso emprestar!
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
Emigrar
16 de Janeiro 2012. Começava um novo capítulo de vida. Da minha. Dos que ficaram num país que me viu nascer. Cheguei aqui como quem chega de visita. Para trás deixei duas pessoas que me tornaram no que sou hoje, lavadas em lágrimas para confusão minha. Na minha cabeça ou algures pela mala de 8 kg que trouxe, eram apenas 8 dias. No fundo das suas mentes, era um começo de vida novo. Mas eu não sabia.
Passaram 8 dias... e mais oito. E mais oito meses, e no final de contas, fazem agora 1 ano, 8 meses e 24 dias, que aqui estou. A mala foi crescendo, os dias passando, uns maus outros bons e só agora páro para pensar naquele momento. No momento em que os meus pais me deixaram na estação de comboios, e me viram partir de um país que não quis nada comigo. Já não me causa confusão, pelo contrário, faz-me chorar mais do que naquele dia, mais do que a maratona de lágrimas do Porto a Lisboa. Mais até, do que o avião de lá até Colónia. A minha mãe, mais emotiva e chorona em bons e maus momentos, e o meu pai, que vi chorar pela primeira vez, por minha causa. E não é justo. Não é justo que lhes tenha de causar esse tipo de dualidade de sentimentos, forçadamente.
Passados estes quase dois anos, a distância é muitas vezes encurtada por telefonemas, visitas, skype, tiramos o dobro das fotos para trazer na viagem de volta, mas a 2101km do lugar que sempre chamamos "casa", tudo parece inantigível! São aniversários que se perdem, risos, choro, gargalhadas, o conforto...
Sei que estão orgulhosos de mim... pelo que atingi e seria impossível no meu país, mas bolas... não é fácil. Enquanto há dois anos dizia que o meu sonho era ter um emprego de jeito, hoje digo que o meu sonho é tão simples como tê-los perto de mim. Porque há coisas que o dinheiro não paga ou faz esquecer.
Daqui a um mês, volto a revê-los. Passado 7 meses, volto a casa para mais choro, desta vez de alegria, ver a minha mãe saltar em frente a todos no aeroporto para que ela seja a primeira que eu veja, o meu pai logo atrás a gozar com a figura dela, abraços e sorrisos, porque, por muito que o dinheiro seja importante, nada paga um sorriso na cara dos que amo... Difícil vai ser esquecer, que o bilhete de ida, terá uma volta obrigatória. Até à próxima ida. Até lá, mantenho-me por aqui, tentando ser feliz e fazer valer a pena as lágrimas daquele dia.
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Dias de tédio
O inverno chegou sem ter realmente chegado. Os alemães fecham-se em casas quentes, em programas com a família ou consigo mesmos e as ruas, são desertos que se estendem por metros e esquinas, ruas e vielas.
E eu estou só. Nós os portugueses, somos pouco dados a estar por casa ao domingo. Muito menos se estivermos sozinhos. As ruas estão desertas, as lojas fechadas e não há muito a fazer neste panorama. A Alemanha como a vejo agora, não me parece um sítio habitável, possível, feliz...
Sento-me por fim num café. A esplanada mesmo ao frio, torna-se mais confortável do que o interior e troco olhares com quem me olha como uma visão de paraíso. Pergunta com um olhar, aquilo que aceno com um gesto. Sabe bem o que quero mas não quem sou. Tem corpo de menino que cresceu demais, vinte e poucos anos e sonha que os meus 32 anos sejam 20. Sorrio, não sou eu que lhe vou partir o coração. Não sou eu que lhe vou explicar o quanto a vida é mais do que trabalhar aqui o dia inteiro. Daqui a um mês, voará para outras paragens e eu deixarei de ter a quem sorrir...
Passa um e outro. E mais um corpo que se arrasta no frio. De uma estação para a outra, os alemães mudam conforme vestem mais uma peça de roupa. Outrora felizes, sorridentes e simpáticos e agora, sérios, como se o frio lhes congelasse as emoções.
E eu não preciso disto. Preciso totalmente do oposto. Preciso de animação, dos meus amigos e família, de algo que desconheça, de uma vida diferente e mais feliz se possível, num país que amo mais do que este.
A bem dizer, sei bem o que quero, só não sei como o conseguir...
Pago por fim o café. A conversa habitual sobre o olhar sorridente de quem me escuta, é suficiente para 10 minutos de ilusória felicidade. Volto a casa e volto ao mesmo. Nada se fez, nada se criou, nada mudou.
domingo, 6 de outubro de 2013
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Fim.
Faz a mala e vai. Leva contigo o ódio, a mágoa e o orgulho e deixa-me neste canto com os restos do que fomos.
Berra, amaldiçoa-me e protesta se isso te faz sentir melhor. Condena-me por errar, por trair, por mentir, e esquece-te que sou humana como tu. Acredita no que os outros te dizem, faz disso conselhos para um futuro não melhor do que este, dá vida aos filmes que vês na tua cabeça, duvida do que eu digo, continua sem confiar em mim, trata-me como se eu não existisse mas promete-me que o que dizes é sentido porque daqui, não há volta depois do que ouço.
Sonho de mulher pequenina
Há sítios assim. Não interessa onde vamos, não nos conseguimos esquecer. Não interessam os outros lugares mas sim os que roubam um pouco de nós.
Quando finalmente, visitá-los deixa de ser um sonho para se tornar realidade, não queremos voltar. E eu não fui excepção. Não queria voltar. Quis ficar por lá e perder-me nas ruas que dão a sítios impossíveis de andar, misturar-me com aquelas pessoas, ter uma casinha pequenina numa qualquer viela e sim, vivia feliz para o resto da vida.
Há muitos outros lugares que visitei, outros que vivi, sentia-me bem mas no final, sempre dizia: "é bom só para passar umas férias"... curioso... este é o único sítio onde desejei não estar de férias...
E sim, este é o único sítio que me conquista. Há quem se apaixone, quem deseje um certo carro ou mota, uma casa de férias na praia ou outra coisa qualquer, eu, apaixonei-me por uma cidade que nunca tinha visto mas me pareceu minha mal lá cheguei e não passa um único dia em que me esqueça o quanto feliz lá fui.
Porque não interessa se é longe ou perto, fácil ou difícil, interessa sim que a nossa Casa está onde deixamos o nosso coração e o meu, está em Veneza. Numa qualquer rua estreitinha, não interessa em que andar e não importa o tempo que vou demorar a consegui-lo mas um dia, vou recuperar o meu coração.
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
O gelo em noites quentes
Lá fora faz frio. Aqui dentro ainda mais. O vírus que insiste em não abandonar as cinzas do que era, continua a ter o melhor de mim. Sentada na janela, respiro o ar gélido da madrugada. Já nada há a perder quando se perde tudo e se recomeça. E confesso, faz-me sentir mais viva do que nunca, voltar a sentir o que quer que seja.
Lá fora, não se vê uma viva alma. O frio conserva todos em redor de um aquecimento central qualquer e eu devo ser a única que desliguei o meu. Por companhia, a gata que pede um carinho que forço a ter sem saber o que isso significa. No fundo da mente, um só pensamento: "Vais perder tudo"- ecoa na minha cabeça uma e outra vez, dito por alguém bem mais sábio do que eu... e perdi. Não choro. Se isso não me mata certamente me tornará mais forte e clichés à parte, é hora de recomeçar. Também não tenho medo nem deixei que acontecimentos recentes matassem quem sempre quis ser. Continuo capaz de sentir embora seja um pouco confuso, continuo a pensar da mesma forma e quanto a amar... amo da mesma maneira incondicional de um amor puro. Embora por vezes me esqueça de o mostrar. Afinal de contas, não morri. Renasci... e não é todos os dias que se tem uma segunda chance...
Fecho a janela por fim. O aconchego desta noite vem mascarado de uma outra forma de calor. Porque por vezes basta uma palavra para nos sentirmos mais vivos do que nunca.
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