Mais lenha. Acumulas. Guardas mais um tronco de sorriso rasgado. Sabes que te queimas a cada acha que deitas na fogueira mas ages como se nada fosse. Calas a dor da mesma forma que o fazes com as palavras. Em seco. Guardas para ti a ira que acumula, perdes o tempo e a oportunidade certa de a cuspir a quem a merece e lanças mais um tronco. Até quando? Por quanto tempo vais guardar-te da verdade? E eu aqui. Sentada à espera do dia D. Vejo como através dos teus gestos, acendes o rastilho da bomba que não conseguiste acender com palavras. Falta pouco. Anos de acumulação têm peso de bomba atómica. Será que os outros estão preparados?
A bomba vai explodir e tu és o primeiro a querer fugir. Tarde demais. A bomba é tua e de mais ninguém, estás preso a ela. Vai explodir e serás tu a receber o maior impacto... Os outros, receberão apenas os restos de pó e pólvora. Palavras distantes e sem importância para eles.
E eu aqui sentada, serei eternamente aquela que tudo sabe mas nada te pode contar. E desculpa se sei disto tudo e continuo calada. Na boca tenho um trapo que me emudece e uma perna presa à cadeira. Desta vez não te posso ajudar porque essa cama, foste tu que a fizeste... Só te resta dormires nela.
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