Nunca vou encontrar as palavras certas. Elas fugirão de mim sempre que eu tentar. Nunca vais saber o que prende a minha atenção, o que corre nas minhas veias, o que quase pára o meu coração ou o que acelera a minha respiração. Não vou ser capaz por muito que tente, que queira, que grite ou me revolte. E da mesma maneira, também nunca vou compreender. Por muito que repitas as palavras e as gastes de sentimento. Numa ou outra língua. Farão sentido mas nunca o real e para sempre empatadas, ficarão as batalhas de quem gosta ou odeia mais, de quem sente o quê por quem. E poderíamos ficar nisto dias. Meses. Anos. Parando apenas para abastecer o corpo que se quer forte.
Nunca as entenderemos como nós mesmos as sentimos mas dependeremos sempre delas. Da verdade que não se traduz em quantidade, do peso que não serve na balança linguística. Foram sempre elas que nos juntaram e serão elas também, que nos colarão um ao outro em momentos de amor ou ódio.
Discutimos menos agora. Porque aprendemos novas palavras? Porque nos julgamos conhecer melhor? Ou simplesmente paramos para ouvir, numa busca incessante de compreensão?
Não, não as conheceremos mas o que ouvimos chega para nos alimentar quando estamos sozinhos. No dia em que nos unirmos, falaremos menos e agiremos mais e melhor porque no final, um gesto valerá sempre mais que mil palavras. E talvez aí, nesse mesmo final, te consiga explicar tudo o que sinto e não se traduz em meras palavras.
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