A vida devia ter sempre um cheiro comum. Um sentimento bom como o que temos quando estamos felizes. Viver os dias como vivemos os dias de férias. Uma eterna descoberta e sensação que se pertence a algum lado. Mas a realidade é outra. Há dias completos e incompletos. Dias felizes e tristes. Sorrisos e choro. E neste país, a alegria sempre é uma coisa muito temporária. Quando damos por ela já passou. Está lá trás, nuns cinco minutos que nem demos conta. Estou a um breve tempo de saber se fico ou vou. Se fico num sítio que não é nenhum paraíso ou se parto em busca do desconhecido. Estou a breves instantes de chegar ao momento do tudo ou nada e esse muito ou pouco, vai juntar anos de estudo, de vida, suor e lágrimas num mero papel, num envelope de cinco cêntimos com um selo da post tower. Lá dentro, alguém vai escrever um Ja ou Nein sem muito esforço, que representam o futuro grandioso ou o falhanço da minha partida em busca de uma vida. Será que essa pessoa vai saber o que me custou chegar até aqui?
E este é o país onde vivo. Membro da união europeia. Um dos primeiros a assinar o processo de Bolonha e o melhor a esquecer que eles não são exclusivos da C.E. Reconhecimento do diploma para poder trabalhar. Tal e qual como um brasileiro, americano, chinês... Disseram-me esta semana: "podia ser a melhor psicóloga do mundo mas sem reconhecimento dos seus papéis, não é ninguém... Processo de quê?" e fica tão mal... A um país que me dá tanto de outras formas, que tenta à força toda apagar o peso da história e não ser racista, dizer uma coisa destas... Depois de tudo o que a maioria dos emigrantes faz por eles... E no fim de tudo, apetece perguntar: e vocês são o quê?
1 comentário:
...é o sabor do gosto de ser Imigrante ou Emigrante, é o sabor de quem tu és e näo do que tu és...bém, eu kà m'entendo.
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