Diz-me, é de mim ou o mundo mudou? As conversas são outras e nós crescemos? Senta-te nessa cadeira e de copo na mão, diz-me que somos melhores pessoas agora do que alguma vez fomos e os outros que eram presentes, não souberam acompanhar.
Serei eu a única a achar que gosto mais de nós assim do que no passado, que nos conseguimos divertir apesar dos contratempos do dia-a-dia?
Fomos nós que evoluímos ou eu que andava cega?
E no entanto é tudo tão mais difícil... porque apesar de existirmos numa outra dimensão, a partida torna-se mais penosa. O "até à próxima" sem saber em que dia calha, é sempre algo que me causa angústia... e ela nunca me abandona... Mesmo quando sei o dia, sou assolada pelo medo da volta: "e se o avião cai? E eu tenho ainda tanto para dizer a tanta gente...". Irias rir se te dissesse isto mas não se te disser que és um no meio dessa gente, a quem sempre me dou mas nunca me abro ao ponto de por a vergonha de lado, abraçar-te e dizer: Gosto de te ver.
Mas somos nós. Iguais a nós mesmos a calar sentimentos mas diferentes, exactamente porque continuamos iguais ao que sempre fomos apesar de tudo o que aconteceu no entretanto.
E ao menos que saibas que sóbria ou ébria, mais velha ou não, perto ou distante, eu gosto de ti assim um bocadinho para o muito e que definitivamente a minha ida a casa não teria metade da piada sem ti. Por isso venha mais um copo, partilhemos o que nos vai na alma e na cusquice dos outros irei rir e dizer: "Tens razão, na Alemanha, à porta da minha janela não há nada disto!"
Sem comentários:
Enviar um comentário