E as conversas imaginárias mantêm-se. Um diálogo impossível em versão de monólogo. Sou eu e o meu cérebro a falar de ti, sem respostas concretas a perguntas que o corpo falha na coragem.
É um jogo monótono sem vencedor nem vencido ou então sou eu que me rendo a perder, uma e outra vez.
E perdoa-me se faço de ti um mero fantoche no meu jogo mental mas não sei ser de outra forma. Chama-me cobarde, egoísta, sou tudo isso sempre que calo para mim as perguntas que te queria fazer e não consigo. Sou tudo isso, quando escondo de mim algo que também te pertence, mesmo que não o queiras.
Eu não peço para jogar, nem muito menos para pensar mas quando dou por mim, estou presa na cadeia mental sem cartão que me isente.
Claro que não há certezas. Nem de ganho ou perda. De sucesso ou fracasso mas numa cabeça que se rege por estímulos, sensações, emoções e instintos, nunca poderás pedir um esclarecimento lógico. Eu não te consigo explicar. Por isso nem tento. Porque nunca irias compreender. O que penso e sinto não se fala. Não se escreve nem se desenha. Sente-se e age-se. Mas no silêncio. Sem que as palavras me corrompam... No sentido, significado ou sentimento. E por isso mesmo, sendo tu tão racional, as conversas que temos continuarão a ser monólogos, presos no cérebro, presos em mim.
2 comentários:
Conheço estupidamente bem esses monólogos! E, às vezes, como se diz em inglês "it sucks", mas não há muito a fazer a não ser esperar que, eventualmente, o silêncio acabe mesmo por reinar por um motivo ou por outro.
É querida M, "it really sucks" mas como tu mesma dizes, não há muito a fazer... ou se espera que passe (para dar lugar a outros monólogos e outros intervenientes), ou se ganha coragem.
;)
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