Um mais um igual a dois. E por vezes, um mais um igual a três. Dos dois veio um terceiro e de repente ficamos um. Eu. Sozinha. Numa cadeira quente e outra vazia. Quem entra em minha casa, sabe que as cadeiras que cá tenho estão todas ocupadas. Uma almofada ali, um cobertor aqui. Uma peça de roupa esquecida na cadeira ali do fundo. A gata a dormir noutra. E eu. Ao computador enquanto fito o cursor a piscar no ecrã. Tudo menos uma cadeira vazia. E no momento em que ela foi ocupada, alguém a tratou de esvaziar. E eu não sei lidar com isso. Tentas preencher esse vazio mas eu não te conheço mais. Quem conheci afinal não era. Quem eras eu nunca soube. Sei agora mas já não sei o que pensar. Por muito que digas que tudo perdura igual a verdade é que nada nunca foi. E eu no meio de uma equação que não pedi para fazer parte. Daquelas que nunca se chega a uma solução. Sempre te disse que tinha péssimas bases de matemática e mesmo assim insistes. Eu sou o "X" que numa equação dava dois quando me somavam com alguém... Eu fui o "X" que alguém tornou em equação: X+2=0 logo, X= -2... e foi isso que me aconteceu. Perdi dois. Fiquei eu. Sem pedir... quando queria mais. Queria o mesmo mas de maneira diferente. Maneira que nunca será.
Há no ar um misto de felicidade e tristeza. Feliz por ti. Infeliz por um futuro que não vai ser como sonhei. Egoísta? Talvez. O tempo assim me fez e eu pensava que lidavas bem com isso... Por ti tentava ser mais e melhor quando me deste o pior de ti na calada dos momentos. Lutei como nunca por algo em que apenas eu acreditei. Parva? Talvez... a realidade é que chegou um dia em que eu pensei realmente que era possível. Ingénua como uma criança que guardo em mim.
Fito a cadeira vazia. Eu luto por ela. Por a preencher de volta. Só não sei como. Quando. De que forma. E infelizmente, já não te posso fazer mais promessas... porque agora sei que só eu é que não as quebrei. Por isso mesmo, não me faças perguntas às quais não te sei responder. A matemática nunca foi o meu forte... E aparentemente, o amor também não.
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