quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Percorrem as ruas de cima a baixo, sem destino, sem planos, sem objectivos claros e evitando pensar no que os (des)une... Bar sim, bar não, copo na mão e outro a caminho, na esperança que o álcool lhes dê a luz que esperam, a desinibição que a mente sóbria não permite, a força para agir como se o amanhã não existisse... E eles podiam beber, podiam ceder, foder sem temer o que se segue... podiam, mas não ia ser a mesma coisa e ambos o sabem bem... por isso continuam, rua abaixo, rua acima, arriscando um toque que dizem ser sem querer, para experimentar sensações... "não houve química, mais um copo"... Os olhos cerram e o corpo treme por fim... rendem-se ao conforto desconfortável um do outro, fingem-se sentimentos e iludem-se pensamentos, que sóbrios não arriscam por saberem que são de fantasia.
E eles cedem ao que só existe de um lado. Um diz que nada vai mudar e o outro acredita... cedem corpos cansados apenas pela necessidade, ambos acreditando nos seus próprios pensamentos...
Até que a noite clareia, um dorme, o outro foge, um acorda e sente-se usado, enquanto o outro sente que nada se fez, nada se transformou, nada se criou e no entanto tudo se complicou, aumentando ainda mais a sua confusão...
Se eles podiam ceder? Podiam, mas não seria a mesma coisa.

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