sábado, 17 de abril de 2010

À beira de um ataque de nervos

E hoje lá me deixei convencer a apanhar um desses autocarros que viajam gratuitamente para o "Marshopping"... não sei porquê... mas hoje estava um bocado naquela... fui... sabendo que a minha disposição iria mudar quando visse o IKEA, mas quis o destino que a viagem fosse interrompida a meio do percurso, em plena auto-estrada, devido a um acidente... Numa saída, um carro preparou-se para sair da estrada e claro, um desses enormes camiões de combustível, deve ter achado que tinha prioridade... conclusão? Faixa completamente interrompida, o "meu" autocarro preso sem possibilidade de manobra e eu presa no meio de meia dúzia de pessoas que não primavam pela inteligência! Cedo se começaram a ouvir protestos, primeiro ao motorista, depois a uma mulher que ia na viatura acidentada (e nem sequer era a condutora) e finalmente ao condutor do carro... tudo menos ao verdadeiro culpado da coisa! Nada estranho, só a mentalidade portuguesinha desta gente que não vê além de um centímetro... Já estava prestes a mandar calar toda a gente, farta de tantos berros de pessoas que exigiam que o condutor tirasse o carro do meio da estrada para o autocarro passar, outra que lhe gritava porque queria uma justificação do atraso para entregar ao patrão.. enfim, tudo menos calma e lógica! O motorista, bem mais calmo que todos nós, dizia ao condutor, que a lei tinha mudado, que já não era necessário manter o carro no mesmo sítio do embate até a polícia chegar... o homem negou. Eu também negaria... se o outro aceitasse a culpa, tudo bem, mas o que acontece é que os motoristas de pesados, ao serviço de grandes empresas, têm ordens para nunca assumirem as culpas... mesmo que a tenham... e como tal, instalou-se a confusão... a mulher que exigia a justificação, brindou-o com duas autênticas "pérolas" populares: "Mas julga que tenho medo de si? Eu caguei o medo todo quando estava na barriga da minha mãe!"... bem, será melhor dizer que esta "simpática" personagem estava perto da casa dos 65 anos... continuando... logo depois diz: "olha olha está feito pau de chaimite..." Nessa altura parei... não sabia se havia de berrar ou me rir às gargalhadas... convém dizer que uma chaimite é um veículo blindado, similar ao conhecido tanque de guerra, mas pau de chaimite?? Nunca ouvi nem vi tal coisa... mas serviu de mote a umas quantas gargalhadas o resto da tarde! A coisa lá se resolveu e chegamos finalmente ao destino... quanto à sra da chaimite, bem, essa deve ter conversa para a semana toda, sendo que na volta, ainda vai exigir uma justificação a alguém, para apresentar ao patrão, enquanto a estiver a contar às colegas numa mesa de café!

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