quinta-feira, 8 de abril de 2010

Desperate world

 Aqui, algures no planeta Terra, quase ou nada muda. Muda o que nós queremos que mude mas sem muito esforço em troca, tudo o que exige trabalho é deitado fora e ainda há quem se ache no direito de queixar... Tudo vai piorar, é a ordem das coisas no caos que nos rodeia... Passo os olhos pelo jornal e quase no mesmo instante, fecho-o... controlo a azia que já sinto, ao ler mais uma notícia de homicídio de um bebé... tinha 5 meses, não pediu para nascer e muito menos para em tão tenra idade, ser vítima da ira de um pai canalha.. Eu não quero ler... pelo menos, não da mesma forma como muitos personagens desta sociedade (que não lê, para fazerem de conta que estas pessoas assim, capazes destas atrocidades, existem realmente... quem sabe mais perto do que pensam?)... Não quero ler, simplesmente porque cresce em mim uma raiva, capaz de me fazer cometer uma loucura!
É engraçado... logo eu que era apologista da paz, da justiça... foi preciso nascer o meu "mais-que-tudo", para perceber que eu nunca mais seria a mesma... digamos que os meus pensamentos àcerca de justiça popular e pena capital, sofreram grandes alterações... "violência só gera mais violência!"... é tudo tão bonito, vão lá fazer esse comentário à mãe do menino que está em estado de choque...
E há quem culpe o Sócrates, há quem defenda que ele é que devia ser penalizado por isto tudo... eu digo, a culpa não é dele, ou dos seus planos que deixam desempregados e pobres milhares de pessoas... a culpa é de quem o matou... É lógico, que devido à actual política, muitos são os que estão num ponto de desespero tal, que a qualquer momento podem entrar em ruptura, mas isso vê-se em assaltos para alimentar a família, num número crescente de sem-abrigos, mas não serve de justificação para crimes de violência, seja a bebés, ou a adultos... isso é, pelo contrário, a mente perversa e má, primitiva e animalesca de cada um deles, que utilizam a crise para justificarem os seus actos e apanharem um castigo mais leve... Nada de novo... sempre existiu, sempre existirá, antes e depois do Sócrates...E isso sim, é realmente triste e preocupante...não o "diz-que-disse, não os boatos, não o lascar ou quebrar das unhas, não um creme anti-rugas... mas eu já devia saber... enquanto todos se ocupam de futilidades, dá-se tempo e espaço aos que se aproveitam para praticar o mal. 
Quanto ao resto da sociedade, dita "normal", culpem, não o Sócrates, mas quem votou nele! Eu não fui de certeza...

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