domingo, 4 de abril de 2010

Domingo pascal

Hoje é Páscoa... Significa o quê? Que na mesa há comida com fartura, a família lá sentada e amêndoas espalhadas? Não. Religiões à parte, a páscoa não me diz nada... não o suficiente para escrever o seu nome em letra maiúscula, é mais um motivo que muitos aproveitam para compensarem visitas em falta, aniversários esquecidos e conversas atrasadas.
É o primeiro "natal" do ano, em que se trocam prendas entre madrinhas e afilhados, come-se borrego (não cabrito), e no fim, todos acabam sentados no sofá, de botão das calças desapertado, envoltos em preguiça e vinho, em conversas tidas mil e uma vezes.
E eu, à parte deste cenário, não me apetece repetir o que já foi dito, não quero comer mais e nem adormecer no sofá. Quanto às prendas... se eu nem baptizada sou, não há direito a madrinha nem prendas no cestinho, aliás, segundo o que se diz, nem filha de Deus sou... 
Saio de casa... preciso de cafeína para curar a ressaca da paciência e dou de caras com o compasso... são 18h. e a comitiva de seis pessoas retorna às "boxes"... todos têm cara de quem passou fome durante semanas, propositadamente, para poderem encher o "bandulho" nas casas dos fiéis...
Este ano o padre faltou à maratona de preparação e a volta foi curta... Curta como o número de portas a que bateram... Pela minha rua perde-se a fé em Cristo quando descobrem que a promessa de um lugarzinho no céu não paga as contas de casa e o dinheiro que largam nos pés do menino Jesus, dá mais jeito para comprar comida.
"Dlim-dlom dlim-dlom" ouve-se ao fundo da rua... é tempo de ir para casa e ter um pouco mais do mesmo... Graças (não a Deus, certamente), amanhã a páscoa já se foi e o próximo lufa- lufa é só em Dezembro.

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