domingo, 4 de abril de 2010

There are no simple things

Quiseste ser mais. Quiseste ser tu sem te lembrares que um outro, perto de ti, muda tudo... Mudaste de melhor para pior... de pior para horrível e eu continuei... a tentar compreender o que não se compreende, a defender-te perante quem fala mal de ti, quem te julga pelas tuas acções, agarrada a uma esperança que nunca me foi dada, de que eras diferente. Não sei porque o faço. Nem por quem. Sei apenas que me lembras alguém enterrado no meu passado que muito me disse pelo lado bom, e me deu a conhecer o ódio, no final. Quem se escondia por detrás de si mesmo, por se achar superior às emoções, num discurso metodicamente preparado e bonito, para dessa forma omitir a sua fragilidade... Muita teoria, pouca prática. De nada lhe valeu ter lido mais livros que nós todos juntos, nenhum ensinamento lhe trouxe se não o soube aplicar à realidade... A idade não lhe ensinou que mesmo as coisas mais básicas da vida, na realidade não são assim tão fáceis... mas ainda assim, complicamos um pouco mais... É... eu conheço essa história. A minha, a tua, a deles, já vi esse filme várias vezes no cenário real... Tantas, que sei bem que de nada adianta falar, tentar mudar algo que tem de ser vivido e processado interiormente... e assim se cresce, assim aprendemos... o mundo continua em círculos e nós num ciclo vicioso... ama, (des)ama, casa descasa, vive e morre.. E podemos fugir, correr pelo mundo fora, que nada mudará enquanto não mudarmos a nossa forma de compreender...
Sei que complicamos quando nos damos às metades de nós, talvez com medo que nos roubem a outra metade, ou simplesmente com medo de ficarmos expostos... por isso escondemos, fingimos, mentimos e omitimos... Temos pavor de nos apaixonarmos seja pelo que for, porque amor, não é só pelo outro, mas pelas coisas que nos rodeiam, pelos conceitos aos quais é mais fácil fugir do que sentir... por medo de magoarmos alguém ou a nós mesmos, sem percebermos que dessa forma magoamos ainda mais e com mais força... no final, é o medo que temos em perder o controlo da nossa vida, das nossas acções, da nossa personalidade, que nos torna piores pessoas... mais frias, feias e complexas. E eu, já conhecia esse final.

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