domingo, 10 de outubro de 2010

Flying away

E era isto que eu nunca devia ter feito... abrir asas, voar e ter-me libertado da minha carapaça vermelha... devia ter-me escondido por entre as pintas pretas e limitar-me a ficar por uma qualquer folha no campo... Confesso...  sair de lá nunca devia ter sido uma opção, nunca devia ter fraquejado nem sequer me ter iludido com a ilusão... As luzes da cidade que despertaram os meus sonhos eram na realidade fogos para me queimar, eram uma armadilha para me mostrar que ainda sou ingénua, que o acreditar nos outros se tornou num defeito e não numa qualidade...
Nunca vou voar para onde quero, se houve alguém que me cortou as asas, que me fez transformar numa mulher e não no insecto que sempre me deu nome. . Não sei se há volta a dar a este ciclo vicioso de vai-não-vai, se algum dia vou conseguir provar o meu desejo a alguém, se vou conseguir que acreditem em mim, sem fazerem comparações com mil e uma histórias de maldade no universo ou do que poderia acontecer, sem sequer darem oportunidade de eu ser diferente... Queria apenas voar... Só isso...

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