quinta-feira, 16 de junho de 2011

Dreaming with eyes wide open

É hora de ir dormir. E mais uma vez só eu continuo aqui a divagar por entre os pensamentos que me distraem e afastam do sono. Não são insónias, são "ter o que fazer de melhor". Nos meus sonhos, eu vejo-te. Estás a um palmo de mim embora não te veja. Nunca fui muito boa a desenhar caras. Aqui não há excepção mas não tem importância. Conheço-te bem demais e encontro-te facilmente na multidão que nos separa. És tu! Mesmo que o corpo não seja realmente o teu. Sou eu, mesmo sem me ver. Basta-me. Basta-me o silêncio entre nós, o olhar cúmplice e a gargalhada que se segue. Basta-me o teu cheiro inodoro que transmite a paz do mundo. Pelo menos no meu. 
Por isso mesmo, para quê dormir se voltam os pesadelos? Para quê ligar o televisor e me distrair com a infelicidade dos outros? O sangue dos que morrem e as lágrimas dos que vivem? Não obrigada! Esta noite e só esta, deixa-me sonhar. Deixa-me acreditar que basta esticar o braço e sinto a tua mão. Algures, a guiar-me, a ver-me, a proteger-me. Deixa-me acreditar que estejas onde estiveres, estás aqui.

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