quinta-feira, 28 de julho de 2011

Strange love

Os anos passam, as necessidades aumentam e a exigência diminui. Cada vez queremos mais e melhor mas cada vez mais nos contentamos com menos. Talvez a lógica seja a do ser preferível "ter uma pomba na mão do que duas a voar". Talvez tudo se resuma a uma tremenda descida da auto-estima quando a sociedade nos lembra que a idade pesa.
Não sei. Sei que cada vez mais exigimos menos para nós e gostamos nada, de nós próprios. Quando aceitamos o pior do melhor, deixamos-nos engordar, reduzimos o cuidado com a aparência ao mínimo e rendemos-nos a uma idade que ainda não temos, envolvidos numa busca desesperada pela concretização dos sonhos dos outros para nós e deixamos para 2º plano o que NÓS desejamos!
Cada vez mais o vejo... Que forçamos a memória a esquecer os erros dos nossos antepassados que casaram por conveniência e morreram por alívio. Aqueles casamentos que apenas tinham a intenção de criar uma família e cumprir missões de vida mesmo que tivessem de sofrer na ausência de sentimentos, na esperança que um dia iam aprender a amar o outro. Estamos a ir no mesmo caminho e nem nos demos conta. Dizem-se apaixonados por alguém, esquecendo-se que paixão e amor são algo que desconhecem, que são algo mais do que sexo e casamento. É partilha, são sonhos, desejos e planos comuns, que mesmo diferentes entre si, sempre têm uma linha que os une.
Olho para o lado e vejo pessoas que se unem... ou porque estão carentes, fartas de viver com os pais ou porque está na hora... esses, das duas uma: ou separam-se dentro de 3 anos ou quando derem por isso têm 50 anos, uma testa enfeitada e pensam no arrependimento... Farão perguntas que não terão respostas e vão continuar a conformarem-se "até que a morte os separe"...
Bem, a verdade é que quando deixamos de nos preocupar, não podemos esperar grande coisa né? E aqui eu podia dizer que tenho sorte em ter o que tenho. Mas não..não é uma questão de sorte/azar como numa roleta russa, é sim um esforço comum, um trabalho de equipa sempre em constante mutação. Tenho sim, sorte, em ter ao meu lado quem, tal como eu, não se conforma. E se fosse por outras razões que não estas, então estaria certamente sozinha... antes isso que mal acompanhada e mal casada.

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