domingo, 1 de janeiro de 2012

1º de 2012


Nunca pensei que falar fosse tão difícil. Claro que há momentos em que nos faltam as palavras. Claro que existem momentos em que é melhor estarmos em silêncio. Mas não assim. Querermos falar, termos de o fazer e... nada. Os pensamentos demoram-se. Perdem-se entre mil e um flashes que acontecem em simultâneo. Esqueço-me do que ia dizer mas não do que me impediu de falar.
Costumava ser um momento que ansiava sem parar. Agora surge como o mais difícil dos últimos tempos. Não é que desgoste. É que não sei mesmo o que dizer, que palavras usar sem ser demasiado brusca.
Acontece-me por vezes... é raro mas acontece. Aqueles momentos em que me apetece deixar de ser simpática e mandar todos para uma parte que eu cá sei. A realidade é que não sei mais dar conselhos. Quem sou eu para aconselhar seja quem for? Quem sou eu para os ensinar a viver? E pior, quem sou eu para lhes dizer como o devem fazer?
Nada... ninguém. Mas mesmo assim eu dou. Aconselho o melhor caminho mesmo que não seja o melhor para mim. Aconselho o avanço mesmo que eu goste da contenção. Tento ser imparcial em todos os conselhos que dou... será que consigo?
Será que me consigo libertar assim tanto de mim?
E se sim... não fica tudo muito.. impessoal? Distante? Frio?
o mal de darmos conselhos é que temos de defender alguém que não sabemos se será um monstro...
porque na realidade, todos temos um lado negro... todos temos um monstrinho dentro de nós...
E como conseguimos dar conselhos a alguém sem pormos nas palavras, um bocado de nós mesmos?
Será uma eterna dúvida para mim sem dúvida alguma...
Até lá, aguentamos, movidos pela alegria de outros... e do sorriso que por vezes lhes arrancamos...

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