terça-feira, 20 de novembro de 2012

(Des)educar, educando...

Ultimamente sinto-me uma mãe. Uma das que ainda não sou e acha que sabe mais do que muitas mães juntas. Observo os seus comportamentos dia após dia e estou mais presente do que muitos pais no ano inteiro. A psicologia volta para assombrar a psicóloga que um dia quis ser e fui.
Vejo pais que se preocupam em colocar os filhos no que pensam ser a melhor escola, com direito a todas as actividades, tornando os dias dos seus filhos, mais preenchidos do que os seus... A isto chamo... nada! Preocupam-se em dar a educação que consideram a melhor, esquecendo-se que o que os educa é simplesmente a deseducação... Não é na escola que vão aprender a se comportar, mas é na escola que vão mostrar tudo aquilo que aprenderam em casa... as discussões, a apatia, os palavrões, a preguiça, o mimo... 
Estes pais que desaprovam quando os outros miúdos dizem palavrões à frente das suas preciosas crias, são os mesmos que dizem "merda", "vai-te foder", "cabrão" em contexto familiar... Não são palavras ditas por miúdos... neles a imaginação passa por um simples: "parvo", "estúpido"... mas quando os ouvimos dizer "filho da puta", em bocas de 4 anos, conseguimos ver através deles o que vivem em casa... Transparentes sim, porque eles,mesmo sem saber, são a alma do que se passa por lá.
E por isso, temos tendência a estar mais próximos deles... a dar mais carinho... e eles agradecem... Todos os dias de manhã quando chego ao trabalho, há sempre dois ou três, que mesmo não sendo meus alunos, me pedem um carinho... um beijo, um abraço... E eu dou... porque sendo uma mãe emprestada, não consigo resistir aos seus encantos... Os mesmos que os seus pais não querem ver... Por estarem demasiado ocupados com uma educação que não faz milagres... por muito boa que seja a escola.

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