sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
Janeiro 2015. 00h:33m
O ano começa. Nada escrevi e pergunto-me porquê. Costumava passar horas perdida em linhas tortas, gastando tinta de canetas baratas que funcionam da mesma forma do que todas as outras. Continuo a gastar uma boa quantidade de tempo nisto. Mas nada me sai para linhas direitas e formatadas em letra bonita que enganem o sentido das coisas e mascarem a realidade que tento mudar. Digo muito de mim. Mas digo muito mais no meu silêncio e assim, ninguém (ou poucos), me conhece realmente. Não que faça diferença... Ao fim de contas, nem eu mesma tenho a certeza de me conhecer. Sei como me vejo ao espelho. Acredito nele quando me assinala em linhas intermitentes invisíveis, as falhas que tento disfarçar e duvido quando me vejo mais esguia do que penso ser. Sei a idade que tenho pela matemática que me acompanhou durante uma eternidade na escola. 1+1=2. Vezes muitos=34. Sei que estou livre da maioria das responsabilidades dos outros da minha idade e a única coisa que pareço realmente não estar isenta, é o constante passar do tempo que em conspiração com o meu cérebro, me assombra sobre essas mesmas responsabilidades que não tenho e gostaria de ter. Uma vida banal. Uma casa para pagar. Uma família. Uma criança que para variar, não fosse emprestada por umas horas de trabalho. Algo meu. Algo que me fizesse sentir viva.
O cursor pisca no ecrã embora no meu caderno mental, esta história já tenha sido escrita e rescrita vezes e vezes sem conta até se transformar num monte de palavras soltas sem qualquer união entre elas... Ao fim ao cabo, um cursor que pisca diz muito mais sobre mim do que páginas infindáveis.. Eu. Vida. Futuro... Intermitente, como que à espera de algo. O quê? Como quase tudo o que me acontece na vida, não sei.
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