sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Metro station

Adormecida pelas poucas horas de sono, entrei no metro sem perceber muito bem como ali tinha chegado...
Tal como os óculos de sol são necessários, também a música nos ouvidos, a ecoar na minha cabeça, é uma parte importante no meu ritual matinal... Tudo soa melhor, mesmo os momentos mais cómicos do quotidiano não são iguais se a banda sonora for uma balada lamechas... e é isso que gosto... de manhã não se querem dramas, eu por exemplo, apenas queria um café bem forte... E foi assim, ao som de Linkin Park, que observei uma grávida super grávida e seu namorado a entrar no metro... nada demais, não fosse o facto de ela com 15 anos ter engravidado na sua 1ª vez com o namorado acabado de entrar na puberdade, com um corpo que denuncia ainda a infância... Na cara dela nada se denunciava... era apenas a cara de quem está cansada de carregar aquele peso ao longo de nove meses, mas ele... uma falsa alegria que na realidade escondia o medo que sentia... os azares devem ter sido muitos... ser pai, ficar ligado desde cedo a alguém, quando possivelmente muitas ainda estavam, e estão, por vir, perder a sua recém adolescência a mudar fraldas e a acordar a meio da noite, não só pelo choro do bébé mas para lá pelo meio, chorar umas quantas lágrimas também...
Não me imagino com 28 anos a ter um filho de 14... por muito que queira ser mãe um dia... nem posso imaginar como vai ser para eles... mas a cara do rapazinho... denunciava o receio... aquela alegria nervosa de quem trocava de papel com o 1º que aparecesse... As mulheres também sofrem é verdade, mas algo em nós nos fez mais calmas e conformistas... e era assim que ela estava.
Na verdade não imagina o que aí vem... nem eu imaginava que quando desse por mim, já estaria no meu destino e ainda afectada por aquela cena, passada ao som de 'Lying from you'...

1 comentário:

Meguita disse...

Concordo contigo!!! É triste que aconteçam estas coisas, até porque ter um filho é algo que deve ser desejado.