sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Incolor

Não sei quando foi. Quando percebi, eras claro como água... transparente, incolor... Sem te falar, sem ouvir, sem grandes emoções ou reacções... Observei-te quando nem deste conta que ali estava.
Disfarçado por uma euforia irreal, um contentamento momentâneo que passa a apatia quando as luzes apagam e as cortinas se fecham... E tu gritas... silenciosamente e ninguém te ouve... tudo aumenta... a revolta, a raiva, a insegurança e o medo... Tudo aquilo que escondes por detrás de uma máscara diurna que de madrugada, num canto obscuro da tua mente, volta religiosamente para assombrar os teus pensamentos.
Podes fugir, tentar esconder ou enganares meio mundo, porque na realidade são raros aqueles que se dão ao trabalho de parar e se preocuparem com os outros, mas não o consegues fazer comigo... vejo-o em ti. A toda a hora.
Não sou nada nem ninguém. Só tu podes abrir a cortina e enfrentar a multidão que pensas que te vai devorar, mas no entretanto, estarei por aqui... O teu segredo está seguro comigo e mesmo que o contasse, poucos seriam os que compreenderiam...

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