quarta-feira, 30 de março de 2011

Cérebro humano essa coisinha fascinante

E agora falando de coisas sérias, até porque só recentemente é que me lembrei de pesquisar sobre o assunto, trago à baila um mal que me afecta desde os 14 anos... Enxaquecas oftálmicas a.k.a com aura... 
Faz 16 anos que a senti... primeiro vi uma bolinha colorida que em movimentos de rotação e translação, girava de um lado para o outro... esse pedaçinho de "terra colorida" trouxe a perda de visão... até ao ponto que exclamei: "estou a ver tudo branco!" para gargalhada geral de quem estava comigo... Bem diferente do "não ver nada", via demais! Uma brancura tão forte que chegava a magoar mesmo com os olhos fechados... Foi-se a brancura e veio a dor... como nunca tinha sentido... Tomei um comprimido e nada... cada vez pior! Fui ao hospital, adormeci enquanto esperava a minha vez e acordei nova! Só passados dois anos é que fui formalmente apresentada à minha nova aquisição! Ganhou nome e precauções para que evitasse novo encontro... Nessa altura pouco havia a dizer... evitar exposição ao sol durante muito tempo e não tomar comprimidos para a dor... segundo o oftalmologista: "mais depressa apanha uma overdose do que lhe passa a dor! Só café, coca-cola ou dormir é que ajudam!"... e assim permaneci ao longo de 14 anos... Overdoses de café, algumas coca-colas e muitas horas de sono depois, tive uma nova crise... essa assustou-me de tal forma que pensei estar a cegar... Confesso... é um dos meus maiores medos e por isso mesmo, entrei em pânico... Deixei que a ansiedade galopasse por mim e tudo isto porquê? Porque era de noite e como todos sabem, não há sol! Logo, não assimilei... e achei que estava a ficar maluca, cega e paranóica ao ponto de quase ir para o hospital... Hoje e depois de uma longa conversa com o médico, sei que as crises também acontecem à noite, que basta luzes fortes como o pc ou tv para despoletarem uma crise, ou certos alimentos... não é sempre, tudo depende uma combinação certa de alguns ingredientes: stress, alimentação, pílula e voilà... Enxaquecas e coca-cola! Ontem foi dia de uma... no trabalho... deixei de ver e passei a ver tudo preto... e sim Pedro e Zé, foi assim que vos vi... como dois angolanos torrados pelo sol... Um especial agradecimento ao sr. Joaquim que me vendeu um "comprimido" coca-cola a saber a lata com ferrugem!
E porque muitos devem ter o mesmo (pelo menos 10-15%), fica aqui algumas notícias...
"A fase de aura ocorre, geralmente, antes da dor de cabeça. Caracteriza-se por fenómenos sensoriais temporários, durando 15 a 30 minutos normalmente. Na verdade, podem aparecer durante ou após a dor de cabeça em alguns casos. Esses fenómenos compreendem distúrbios visuais do tipo cegueira parcial, visão de pontos luminosos semelhantes a lanterninhas, vagalumes ou "flashes", que brilham e piscam, podendo assumir formas em zigue-zague; podem ser estacionários ou mover-se ao longo do campo visual. Podem começar no canto da visão, ou no centro, expandindo-se. Tais distúrbios podem afectar um ou ambos os olhos.
É possível ocorrer um ponto cego na visão (denominado escotoma), assim como a perda temporária da visão lateral, restando apenas o centro do campo visual.
Embora essas sensações sejam sentidas nos olhos, o problema está, na realidade, ocorrendo lá dentro do cérebro. Pensava-se, no passado, que a aura fosse devida à diminuição da circulação sanguínea cerebral. Recentemente, alguns pesquisadores sugeriram que a própria diminuição da circulação que ocorre nesses casos seria devida a uma anormalidade primária na função cerebral. Tal anormalidade, periódica e não progressiva, pode ser herdada.
Outros fenómenos, além dos visuais, podem constituir aura de enxaqueca: paralisia do movimento ocular, formigueiro (na cabeça, lábios, língua, braços, corpo); dificuldade em falar (as palavras não saem direito); de ouvir; barulho no ouvido; existindo até um tipo que se acompanha de perda de consciência, ou alucinações (ex: sensação de estar caindo, ou de os objectos serem maiores ou menores que na realidade, etc.). Outros tipos vêm com tontura e/ou perda do equilíbrio. Enfim, podem ocorrer uma série de distúrbios com relação à percepcão das formas, sons, sabores, cheiros e sensações.
O livro Alice no Pais das Maravilhas, escrito por Lewis J. Carroll, descreve alterações no tamanho, cor, e formato dos objectos, que são absolutamente compatíveis com aura de enxaqueca. Sabe-se que o autor do referido livro sofria intensamente de enxaqueca com aura!".

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